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Capital

Professor diz que Christiano Luna não é violento, mas abusava do álcool

Paula Vitorino e Aline dos Santos | 24/03/2011 14:29
Lutador não acredita que golpe tenha sido a causa da morte de segurança. (Foto: João Garrigó)
Lutador não acredita que golpe tenha sido a causa da morte de segurança. (Foto: João Garrigó)

O treinador do jovem acusado de matar o segurança de bar na madrugada do último sábado, Miguel Contis Filho, de 23 anos, afirma que não existe um golpe que acerte o coração da pessoa e seja fatal.

“Se existisse um golpe desses, não precisava nem existir arma e todo lutador ia conseguir usar quando quisesse, matar uma pessoa no tatame. Mas isso não acontece. Já fiz vários tipos de luta e nunca ouvi um professor ou lutador profissional falar disso”, afirma.

Miguel é faixa preta em jiu-jitsu e começou a treinar aos 15 anos, junto com Christiano Luna de Almeida, de 23 anos, acusado de ter matado com um soco o segurança Jefferson Bruno Escobar.

A reportagem do Campo Grande News conversou com o jovem nesta manhã e ele explicou que Christiano não era um lutador profissional, mas que praticava o jiu-jitsu como um hobby.

“Ele aparecia para treinar às vezes, não participava de competições”, diz. Miguel também conta que no último ano, depois de ter sido graduado na faixa preta, começou a ser o treinador de Christiano.

“Conseguimos graduar ele na faixa roxa com muito esforço, porque ele não levava a sério a luta. Até depois que ele recebeu a roxa ficamos no pé para ver se ele voltava a treinar, pegava sério, mas não adiantou muito”, conta.

O professor também disse ter visto o vídeo com as imagens da câmera de segurança do bar e, garante não existir golpe de jiu-jiutsu nas cenas.

“Não tem golpe de jiu-jitsu ali. E ele tava bêbado, nem teria como aplicar um golpe com precisão”, afirma.

Sobre a vida pessoal de Cristiano, o lutador diz que ele era um “menino bom, trabalhador, de personalidade forte, mas não violenta”.

No entanto, segundo Miguel, o amigo tinha problemas de auto-afirmação e gostava de “causar” nas festas.

“Várias vezes ele arrumou briga em festa, gostava de badernar, mas nunca arranjou encrenca de graça, sem motivo. Acho que ele era um cara inseguro, que na verdade gostava de se auto-afirmar arranjando briga”, diz.

Ele lembra que em várias ocasiões teve de “apartar” brigas de Christiano antes de seguranças chegarem.

A bebida também seria um dos fatores que alterava a personalidade de Christiano. “Ele andava bebendo muito e o Christiano bêbado era uma coisa, sóbrio era outra”, ressalta.

Miguel lembra que a família do acusado não é rica e que Cristiano “não era nenhum playboy, como estão dizendo”.

Sobre as acusações, o amigo preocupa-se no julgamento precoce que, segundo ele, está sendo feito.

“As pessoas estão julgando, chamando ele de assassino, sem nada ter sido realmente julgado. Ninguém sabe direito ainda o que aconteceu. No vídeo só mostra que o Christiano se defendeu. Depois do resultado do laudo necroscópico é que vão saber o que de fato aconteceu, se o segurança tinha algum problema de coração, por exemplo. Às vezes, a gente tem um problema de saúde e nem sabe”, diz.

Versão – Em depoimento prestado à Polícia na manhã de sábado, Christiano contou que foi ao bar na avenida Afonso Pena, com um primo. Eles consumiram chope e quase uma garrafa de vodka.

Ele relata que foi retirado do local por um segurança alto e gordo. Christiano afirma que empurrou o segurança para se desvencilhar e foi embora. Ele acabou preso perto de casa, na Chácara Cachoeira.

O segurança morreu no local. Christiano tem uma passagem por lesão corporal ao se envolver em briga durante uma festa no parque de exposições Laucídio Coelho.

A Polícia Civil já ouviu 11 pessoas sobre a morte do segurança, que era conhecido como Brunão. Foram ouvidos funcionários da casa noturna, amigos de Christiano e parentes da vítima.

A Polícia aguarda também o laudo necroscópico sobre a causa da morte, cuja primeira certidão já apontou insuficiência respiratória, trauma no tórax e ação contundente.

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