Defesa quer transferir preso da Omertà que pegou covid
Três pessoas, entre eles policial federal testaram positivo para covid-19 na delegacia do Bairro Carandá
Unidade que abriga presos policiais entre eles alvos da operação Omertá a 3ª DP (Delegacia de Polícia) no Bairro Carandá Bosque, registrou três casos positivos de covid-19, um deles entre detentos. Preso desde setembro do ano passado no local o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, o "Jabá", teve a confirmação da doença nesta quarta-feira (23) e será isolado em uma das duas celas da unidade. As outras duas pessoas contaminadas são funcionários e já foram afastadas do ofício.
Desde março a defesa de Everaldo, que tem 61 anos, tenta na justiça a transferência do policial, por ele ser do grupo de risco da doença. O mais recente pedido de habeas corpus foi feito segunda-feira (21) na 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
"Insistimos na transferência por ele ser idoso, ter pressão alta, já ter tido câncer nos olhos. O Estado não possui estrutura para esse tipo de situação, caso seja solto a família pode ao menos buscar um tratamento adequado, tentar uma internação”, comenta Odilon de Oliveira, advogado do policial federal.
"Jabá" foi preso em 27 de setembro de 2019, na primeira fase da operação Omertà, acusado de usar a estrutura e informações privilegiadas da corporação federal para prestar serviços clandestinos à organização criminosa chefiada por Fahd Jamil, 79 anos, e Flávio Correia Jamil Georges, 35 anos, sediada em Ponta Porã.
Positivos - No total, oito funcionários do quadro de funcionários da 3ª delegacia já tiveram covid-19, de acordo com delegado Wilton Vilas Boas, titular da delegacia. “A delegacia tem um fluxo de 42 pessoas, então buscamos seguir todos os protocolos de segurança para evitar novos casos”, comenta.
Além de “Jabá” há mais quatro pessoas presas na delegacia entre eles dois delegados. Fernando Araújo da Cruz Junior, 34 anos, é réu por assassinar o boliviano Alfredo Rangel Weber, de 48 anos, e está na cadeia desde março de 2019 quando foi capturado em Corumbá.
A outra autoridade policial é Éder Oliveira de Moraes, 51 anos, no cárcere desde 24 junho de 2020, há um ano portanto. Ele é processado por tráfico de drogas, por envolvimento no furto de 101 quilos de cocaína da delegacia de Aquidauana, que chefiava, e também porte ilegal de arma. Os outros policiais que dividem a carceragem da 3ª DP são os agentes de polícia judiciária Elvis Elir Camargo de Lima e Frederico Maldonado Arruda.
