Desapropriação de shopping surpreende lojistas do 26 de Agosto
“Soubemos pela imprensa”. Esta foi a resposta de todos os lojistas do Shopping 26 de Agosto, em Campo Grande, o qual o prédio foi desapropriado pelo Governo do Estado. A notícia surpreendeu os proprietários de lotes, que, agora, apenas esperam receber a indenização prometida, estimada em R$ 38 milhões. O prédio vai se transformar em local para abrigar os Juizados Especiais.
“Estamos confiantes de que este valor será revertido para indenizar os lojistas”, pontua a gerente de uma loja de roupas, que preferiu não se identificar com receio de represálias.
Contudo, as especulações não amenizam a sensação de insegurança dos comerciantes. “Ninguém do shopping veio nos comunicar oficialmente da venda do prédio, então, não sabemos o que vai acontecer, o que temos que fazer”, ressalta o gerente de loja Igor Rolon, 30 anos.
A aposta da proprietária de uma loja de roupa, Josilene Messias Alencar, 38 anos, é de receber pelo menos R$ 100 mil de indenização. Por ela, os comerciantes só abandonam o prédio após receberem o dinheiro.
Dentre os poucos lojistas que resistiram ao tempo no shopping 26 de Agosto, a reclamação sobre o descaso com o local é unânime. “Sobrevivemos aqui sem água, sem limpeza e sem estrutura alguma”, comenta a gerente que não quis se identificar.
Para Josilene, o que sempre faltou no shopping foi administração. “Nunca viu um negócio funcionar do jeito que sempre foi aqui, um empreendimento deste tamanho sem uma pessoa para administrar”, comenta a lojista.
Nesta terça-feira (17), um dia após a novidade ser publicada em Diário Oficial, o shopping 26 de Agosto funcionou normalmente, com as poucas lojas que ainda existem no local abertas.
Um funcionário do estabelecimento, que não se identificou, mas falou que faz o trabalho de gerenciar o shopping, disse que os proprietários são de São Paulo e devem vir para Campo Grande na próxima semana para uma reunião com os lojistas. Ele afirmou também que ainda não há nada certo sobre a situação de os comerciantes terem que desocupar o local.