Do fim do relógio ao "Cidade Limpa", lojistas recordam mudanças da 14
Revitalização da Rua será inaugurada nesta sexta-feira (29)
A poucas horas da inauguração da revitalização da Rua 14 de Julho, no Centro da Capital, asexta-feira (29) é dia de lembranças. Comerciantes que têm lojas há mais de 30 anos no Centro param para recordar as transformações pelas quais a região passou ao longo das últimas décadas, desde a retirada do relógio da via, até a construção do calçadão na Rua Barão do Rio Branco e o projeto Cidade Limpa.
Há 58 anos na 14 de Julho, entre as Ruas Dom Aquino e Marechal Rondon, o comerciante e proprietário da Casa Paulista, Jorge Elossais, de 75 anos, descreve a região na década de 1960. “Quando abri a loja, a rua era simples e bonita, uma beleza”, afirma. Segundo ele, durante cerca de 30 anos não teve nenhuma grande mudança na via. “Não tinha o que mudar, era bom e o movimento era ótimo, as calçadas viviam cheiras”, descreve.
Símbolo do marco zero da Capital, o relógio da 14 de Julho foi retirado na década de 70. Esta foi uma das mudanças que mais marcaram os irmãos Deusamar Rangel da Silva, Marcelino da Silva Sobrinho, e Maria Auxiliadora Rangel, que trabalham no Salão Caicó, que está na rua há 53 anos.
O salão foi aberto pelo pai no final da década de 60, em frente a Praça Ary Coelho. Hoje o salão fica localizado na Rua 14 de Julho, entre as Ruas 14 de novembro e 7 de setembro.
“Nós crescemos aqui na 14 e acompanhamos as principais mudanças da região. Lembro quando tiraram o relógio, que para mim era a coisa mais bonita da rua”, afirma Desamar. Segundo ela, na época a retirada do símbolo foi uma decisão para facilitar o acesso “O que era falado é que ele foi tirado para fluir melhor o trânsito no local”, completa.
Já Marcelino lembra que na década de 70 a via era fechada no fim de semana. “O cruzamento com a Afonso Pena era fechado e ficava lotado com pessoas”, lembra. Questionado o que as pessoas faziam no centro, ele descreve: “as pessoas ficavam conversando e paquerando”. A segunda mudança que os irmão relembram foi da construção do calçadão da Rua Barão do Rio Branco, na década de 1980.
“Já se falava em uma obra no Centro e na 14 de Julho. A Barão seria a primeira rua que teria essa reforma. Mas alguns anos depois da construção do calçadão, os próprios comerciantes não queriam mais essa mudança porque ali ficou uma região abandonada”, descreve Maria Auxiliadora.
O comerciante e proprietário da Ótica e Relojoaria Seiko, Cézar Nogueira, de 51 anos, lembra que sempre se falou da revitalização 14 de Julho. A loja está desde 1989 na 14 de Julho, na esquina com Avenida Afonso Pena. De acordo com ele, há cerca de 20 anos, durante o fim do ano a Prefeitura fez uma simulação do que seria a tal reforma da 14 de julho. "Não lembro o ano, mas lembro que foram instalados tablados que simulavam um calçadão. Foi um ano montaram até presépio e fizeram toda a iluminação", conta.
Ele lembra que a primeira ação efetiva foi o programa na Cidade Limpa, que começou em 2011 com o objetivo de despoluição visual das fachadas comerciais. “Já foi uma pré-exigência para essa obra”. Ele ainda mostra que no alvará recebido após a mudança na fachada o documento já trazia o nome Reviva Campo Grande. Com o fim da reforma que durou cerca de dois anos, e a inauguração da iluminação de natal, Cézar faz questão de ressaltar: “Agora aqui vai ser a Paris de Mato Grosso do Sul, a cidade da Luz.
Inauguração - Em clima de Natal a 14 de Julho será inaugurada oficialmente nesta sexta-feira (29). O evento terá show da Turma do Balão Mágico, além da a cantora Delinha, que também vai se apresentar no evento.
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