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Capital

Dois meses após retomada, HR suspende bariátricas por falta de material

Além do Regional, o Universitário retomou os procedimentos este ano, e os mantém

Lucia Morel | 19/09/2022 17:10
Prédio do Hospital Regional em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Prédio do Hospital Regional em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Sem materiais, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul suspendeu novamente as cirurgias bariátricas que chegaram a ser retomadas em março, após a pandemia da covid-19. Segundo o hospital, foram 13 procedimentos em 2022. Entre 2020 e 2021, apenas 10 operações do tipo foram realizadas na unidade hospitalar, todas de forma emergencial.

De acordo com o HR, o material em estoque foi insuficiente diante da alta procura pelo procedimento. “o volume de cirurgias realizadas foi além da capacidade prevista pelo hospital e todo o material investido nos procedimentos realizados”, isso, diante da demanda represada durante a pandemia.

O serviço  só funcionou por dois meses e está suspenso desde abril, ao passo que o HRMS realiza "processo licitatório para aquisição de materiais e dar continuidade ao serviço no hospital”, diz nota da assessoria. A licitação em questão tem data de abertura prevista para amanhã, mas o resultado deve sair apenas em três meses, aumentando a fila de espera pela cirurgia no HR

Sadyene Carmen, no antes e depois da cirurgia. (Foto: Arquivo pessoal)
Sadyene Carmen, no antes e depois da cirurgia. (Foto: Arquivo pessoal)

Além do Regional, o outro hospital de Campo Grande habilitado para as cirurgias é o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), que também retomou os procedimentos este ano e os mantém. Dados da unidade indicam que 15 cirurgias bariátricas já foram feitas ali em 2022. No ano de 2021, nenhuma operação ocorreu.

Uma das beneficiadas foi a técnica de enfermagem Sadyene Carmem da Silva Jurais, de 42 anos. Ela passou pelo procedimento no Humap em 17 de maio e afirma que a qualidade de vida já mudou muito desde então. “Eliminei pouco peso ainda, mas em termos de qualidade de vida, melhorou muito. Eu era bem limitada. Agora eu posso fazer academia, faço de dois a três quilômetros de caminhada”, comemora.

Ela afirma que perdeu 15 Kg até agora, saindo de 121 Kg para 106 Kg e que entrou na fila pela bariátrica há nove anos, quando o filho dela tinha apenas dois. “Hoje ele tem 11, então assim, não foi um processo fácil”, relatou, lembrando que procurou a cirurgia para poder dar conta de acompanhar o filho e as brincadeiras com ele.

Na espera -

Pelos números, já foram realizadas este ano, 28 cirurgias bariátricas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande, quantidade bem inferior às 66 realizadas em 2019, quando os procedimentos vinham em escala crescente de realização.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), para que as bariátricas ocorram “é necessário que o paciente passe por um longo processo de preparação, com consultas realizadas por profissionais de áreas diversas, como médico cirurgião, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e outros, o que pode resultar em uma possível demora, mesmo depois de já ter se iniciado o processo”.

No Hospital Regional, apesar das cirurgias estarem suspensas, as consultas de preparação para o procedimento continuam e a expectativa, após a retomada, “assim que estiver com os materiais disponíveis, a meta é realizar três cirurgias por semana”.

A Sesau não informou quantas pessoas aguardam na fila pela realização da cirurgia pelo SUS em Campo Grande atualmente.

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