Dois meses após sumiço, Agepen não sabe paradeiro de preso condenado a 80 anos
Direção da penitenciária diz que reforçou vigilância e mudou rotina na unidade
Dois meses e meio se passaram desde que Laudelino Ferreira Vieira, de 43 anos, o Lino, fugiu do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho), o presídio de segurança máxima de Campo Grande. Após o episódio, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) diz que reforçou a vigilância na unidade, porém, não sabe sobre o paradeiro do criminoso condenado há mais de 80 anos de prisão.
“Ainda não há informações sobre o paradeiro do foragido. A direção do Estabelecimento Penal realizou mudanças nas rotinas internas de segurança da unidade penal, bem como reforço na vigilância da portaria do local”, informou o órgão.
Lino cumpria pena desde 2009 pelos crimes de tráfico de drogas e roubo. Ele trabalhava no setor de limpeza da Máxima e, no dia 31 de maio, não foi encontrado na hora do “confere” das 25 celas do pavilhão no qual cumpria pena.
Investigação foi aberta pela Polícia Civil e, dias depois, o juiz Fernando Chemin Cury, corregedor dos presídios em regime fechado de Campo Grande, determinou abertura de investigação e pedido de esclarecimentos para saber se houve facilitação na saída do criminoso. Ele aguarda relatório da Agepen que até agora não foi encaminhado.
O presídio só tem uma saída de serviço e dos presos, por isso, é considerado improvável que alguém escape sem a participação de algum servidor. Apura-se, inclusive, que ele tenha saído escondido em carro de empresa terceirizada que prestava serviço no local. Ao Campo Grande News, a Agência Penitenciária disse que trabalha “na elucidação dos fatos, com atuação integrada com forças de segurança pública, zelando sempre pela transparência e eficiência das informações''.
Criminoso - Laudelino Ferreira Vieira tinha penas a cumprir por tráfico, roubo e homicídio. Em 2004, estava no grupo que invadiu empresa de táxi aéreo, roubou três aviões e matou o piloto e empresário Luís Fernando Carvalho, em Corumbá, fronteiriça à Bolívia.
Em 2006, envolveu-se em outro crime, quando policial militar acabou morto na estrada do Jacadigo, em meio a roubo de carro. Houve desacerto no grupo, do qual o PM participava e ele foi atingido pelos comparsas.
Em 2010, “Lino” acabou capturado, em outra ocorrência de vulto. Atirou em policiais rodoviários federais, foi ferido também, e sobreviveu.
Desde então, cumpria pena na "Máxima", de onde escapou sem deixar rastros.