Em 2017, todo dia um bêbado foi flagrado ao volante em Campo Grande
De 1º de janeiro até quarta-feira (20), 282 pessoas foram presas e 461 motoristas multados
Durante 2017, a Polícia Militar de Trânsito flagrou mais de um motorista bêbado por dia em Campo Grande. De 1º de janeiro até quarta-feira (20), 282 pessoas foram presas e 461 motoristas multados por dirigir embriagados nas ruas da Capital.
Os dados são do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar que até o dia 20 de dezembro, dia em que o presidente Michel Temer sancionou a lei que aumenta a pena para motorista que dirigir sob efeito de álcool e se envolver em homicídio culposo, contabilizou 282 prisão por embriaguez ao volante.
O número é ainda maior quando se fala de flagrantes que não resultaram em prisões, ou seja, valores inferiores ao limite previsto em lei para que o ato se torne crime, 0,34. Condutor flagrado nessa situação tem a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) recolhida e é multado em R$ 2.934.
No mesmo período, 90 motoristas se recusaram a fazer o teste de alcoolemia, o que gera uma multa no mesmo.Segundo o batalhão, a maioria das prisões são feitas em duas ocasiões: durante acidente de trânsito e blitz realizadas pela equipe em diversos pontos da cidade.
Junto com imprudência e velocidade, dirigir sob efeito de álcool está entre as principais causas de acidente com mortes por todo o brasil. Na Capital de Mato Grosso do Sul, dois casos recentes causaram comoção, a morte da advogada Carolina Albuquerque Machado e de Lucas Henrique Souza Matheus, de 21 anos.
Nos dois casos os motoristas responsáveis pelas mortes estavam embriagados, foram presos em flagrante e liberados após o pagamento de mais de R$ 50 mil de fiança. A partir de abril de 2018 a pena para motoristas que dirigirem sob efeito de álcool e se envolverem em homicídio culposo será maior.
Na nova lei a pena passa a ser de 5 a 8 anos de reclusão para quem cometer o crime, além da suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir um veículo. Ela também determina que se o condutor estiver sob efeito de álcool ou outra substância psicoativa e, desse causar lesão corporal grave ou gravíssima, a pena é de 2 a 5 anos de reclusão.
Para o comandante do Batalhão de Trânsito de Campo Grande, o tenente-coronel José Amorim Longatto, apesar de promissora a mudança pouco surtirá efeito na Capital. “Pelo cenário que a gente assiste aqui, não vejo mudança. Mas queremos crer que trará a redução de infrações de trânsito, que vai causar um temor e as pessoas vão cumprir a determinação de não dirigir embriagado”, ressaltou.
“O que precisa mudar é a cultura nossa, o conceito de beber e quer dirigir. As pessoas esquecem que estão assumindo um risco”, defendeu o comandante. Em 2017 o trânsito de Campo Grande matou 62 pessoas.