Em chapa única, Jamil Name deve assumir Jockey Club e fala em reerguer hipódromo
A chapa intitulada “Renascimento”, encabeçada pelo empresário e pecuarista Jamil Name, foi homologada em cartório nesta segunda-feira e deve ser a única na eleição para a nova diretoria do Jockey Club, que ocorre na próxima sexta-feira. A chapa é composta, ao todo, por 43 nomes.
Name pode retornar ao cargo que ocupou na década de 80. Ele revela, prestes a ser eleito, que vai investir prioritariamente na reforma do local, que tem 50 hectares de área, e apresenta péssimas condições.
Funcionários que trabalham no local relatam que o abandono atrai usuários de drogas, que acabaram por depredar o jockey.
Jamil acusa a atual administração do hipódromo, comandada por Antonio Trindade Neto, de má gestão. E revela que pretende entregar o local reformado e pronto para sediar disputas no dia 26 de agosto, como parte das comemorações do aniversário da cidade.
Aos 72 anos, Name tem trajetória bastante conhecida em Campo Grande. Teve o nome envolvido na Operação Xeque Mate, da Polícia Federal, em 2007, na investigação sobre operação ilegal de jogos de azar no Estado. Em outro episódio, há três anos, a prefeitura de Campo Grande foi obrigada a pagar precatório humanitário ao empresário no valor de R$ 18 milhões.
A polêmica mais recente, em abril deste ano, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) arquivou o processo que a Trilpc Consultoria e Participações Ltda, da família de Diego, ex-jogador do Santos, moveu contra os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. A disputa judicial era por causa de arrendamento de terras e de gado, com parceria para a criação de bois. As famílias brigavam na justiça desde o ano passado por discordarem da decisão.
Agora, diz que teve a ideia em voltar à frente da administração do jockey pelo amor aos cavalos. “Corri o mundo inteiro e em todo lugar assisti corridas de cavalos. Está no sangue. Você morre com isso”, ilustrou, afirmando que quer resgatar o jockey o hipódromo que já foi o terceiro melhor do País.
Name não revela quanto será necessário para reformar o local. Disse apenas que fará o necessário e que certamente terá que fazer gastos do “próprio bolso”. Futuramente, os reparos serão feitos com receita própria, explica.
Outro projeto é colocar segurança “dia e noite” para proteger as dependências do local contra ação de vândalos ou usuários de drogas. Por conta disto, o jockey chegou a ser chamado de cracôlandia.
O empresário também conta que vai reivindicar, junto à Prefeitura, a indenização por duas ruas abertas em torno do jockey. “O prefeito tem a melhor boa vontade em fazer o acordo, reconhece a dívida. Ele vai ser um dos convidados do dia da inauguração”, declara.
Além das reformas, a nova diretoria terá de providenciar pelo menos 30 cavalos, puro sangue inglês ou quarto de milha, para as disputas até a data de inauguração. Os orçamentos estão sendo feitos às pressas em São Paulo e Paraná.
No momento em que receber disputas, as apostas devem voltar a agitar o hipódromo. A administração deverá cobrar 25% do valor apostado para os custos do local.
“O jockey vai sempre estar cheio, com corridas todo domingo. É um ambiente familiar e vai gerar empregos e diversão para a população”, empolga-se Jamil.
A eleição na sexta-feira começa às 9 horas e vai até as 18h. A gestão da nova chapa tem duração de dois anos.