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Capital

Em risco, grávida que tomou Astrazeneca não quer esperar puerpério para 2ª dose

Muitas gestantes que pertenciam a outros grupos contemplados, acabaram tomando a Astrazeneca como 1ª dose

Lucia Morel | 06/07/2021 17:45


Grávida sendo vacinada com a Pfizer, na Capital. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Grávida sendo vacinada com a Pfizer, na Capital. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Com a proibição da aplicação da vacina Oxford/Astrazeneca em gestantes, as que acabaram tomando dessa marca antes do impedimento estão enfrentando um problema. Esperar o nascimento do bebê para poder tomar a segunda dose e ficar desprotegida contra a covid-19 até lá.

A enfermeira Tatiana Bazan, de 34 anos, é um dos casos. Quando ela tomou a primeira dose, a proibição ainda não tinha entrado em vigor, o que ocorreu em 11 de maio. Além disso, ela se vacinou como profissional de saúde no dia 29 de abril. A vacinação oficial de grávidas - sem comorbidades - com a Pfizer em Campo Grande começou em 4 de maio.

Antes disso, gestantes com comorbidades já haviam sido contempladas pela imunização em Mato Grosso do Sul, sendo que cerca de 3.293 mulheres grávidas ou que haviam dado à luz nos últimos 45 dias da primeira dose, receberam Astrazeneca no Estado.

Em Campo Grande, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), mesmo antes da proibição, nenhuma gestante havia recebido dessa vacina, apenas Coronavac. Até que a Pfizer chegou, nos primeiros dias de maio, passando a ser este o principal imunizante desse público.

Cartão de vacinação de Tatiana. (Foto: Arquivo pessoal)
Cartão de vacinação de Tatiana. (Foto: Arquivo pessoal)

“Quando tomei, não tinha ideia de quando ia ter ou mesmo se íamos ter Pfizer aqui, então tomei a que tinha”, comentou, lembrando que avisou, no momento de tomar a primeira dose, de que estava grávida e mesmo assim, o profissional de saúde aplicou Astrazeneca. “Era a única que tinha na ocasião”, lembrou.

Agora, no entanto, conforme determinação do próprio Ministério da Saúde, as grávidas que foram vacinadas com a Astrazeneca, devem esperar o fim do puerpério – 45 dias após o parto – para tomarem a segunda dose. "É muito tempo! E até lá, ficarei desprotegida”, lamenta Tatiana.

Assim como ela, muitas gestantes que pertenciam a outros grupos contemplados, acabaram tomando a Astrazeneca como primeira dose. Entretanto, não há números oficiais, até o momento, sobre isso. “Muitas gestantes que atendem no mesmo médico que eu tomaram”, conta.

A enfermeira Tatiana Bazan. (Foto: Arquivo pessoal)
A enfermeira Tatiana Bazan. (Foto: Arquivo pessoal)

PFIZER – a Prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) e o Governo do Ceará, são exemplos no Brasil da mudança de aplicação da Astrazeneca pela Pfizer, como ocorre em outros países. A proibição de uso do imunizante de Oxford nas grávidas, aqui no Brasil, é de 11 de maio.

Recentemente, nessas duas localidades, decisões próprias e independentes do Ministério da Saúde, passaram a adotar a Pfizer como segunda dose às grávidas e puérperas que receberam a primeira de Astrazeneca.

Aqui em Campo Grande, no entanto, ainda não há essa previsão. Segundo a Sesau, espera-se um posicionamento oficial do Ministério da Saúde para fazer a troca da segunda dose e não há sinal de que seja tomada alguma decisão de forma independente para isso.

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