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Capital

Em trecho com 93 buracos, morador diz que nunca viu rua em 'pior estado'

Richelieu de Carlo e Marcus Moura | 01/01/2017 13:07
Buraco na Rua Rui Barbosa, no bairro Vila Vila Santa Dorotheia. (Foto: Marcus Moura)
Buraco na Rua Rui Barbosa, no bairro Vila Vila Santa Dorotheia. (Foto: Marcus Moura)

“É o pior estado que a rua se encontrou nos 12 anos que moro aqui”, diz o aposentado Lino Gonçalves, 64 anos, sobre as condições da Rua Rui Barbosa, que possui 93 buracos, em um trecho de 153 metros, no bairro Vila Santa Dorotheia.

Esta é mais uma das heranças que Alcides Bernal (PP) deixará para o futuro prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Condutores têm de passar por vias intransitáveis, cujos buracos parecem mais um teste de desafio de obstáculos para os motoristas da Capital.

“A gestão Bernal foi a pior gestão que vi em Campo Grande”, avalia Lino Gonçalves. “Faltou habilidade para administrar a cidade”, complementa.

Prejuízos - Essa falta de habilidade do chefe do Executivo trouxe uma série de prejuízos para os moradores da cidade. Fazer o reparo de peças danificadas pela buraqueira pode custar de R$ 600 até R$ 2 mil.

Na noite de sexta-feira (30), mais de 30 carros sofreram danos ao caíram em crateras na Avenida Ministro João Arinos, uma das principais da região leste de Campo Grande, na saída para Três Lagoas.

Vários pneus foram perdidos e rodas danificadas em um trecho onde, durante a noite, há escuridão e nenhuma sinalização que auxilie os motoristas a desviarem dos buracos. Em dias anteriores, também à noite, foi formada uma fila de veículos com pneus furados na mesma região.

Na oficina de Gibran, de cinco a dez veículos danificados pelas condições das vias da cidade chegam no local por dia (Foto: Amanda Bogo)
Na oficina de Gibran, de cinco a dez veículos danificados pelas condições das vias da cidade chegam no local por dia (Foto: Amanda Bogo)

Perigo – Além dos prejuízos, esta situação coloca a vida dos condutores em risco, pois podem causar e serem vítimas de acidentes ao tentar desviar dos buracos. O que é uma das suspeitas do que pode ter acontecido com um motociclista que morreu em 25 de dezembro.

O pedreiro Vagner Fernandes Gonçalves, de 30 anos, morreu após cair da motocicleta que conduzia, durante a madrugada, a Avenida Gury Marques, na região da Vila Albuquerque, na saída para São Paulo.

A principal suspeita é que ele tenha perdido o controle da moto, após desviar de um buraco, com isso bateu no canteiro central e caiu. Ele morreu no local.

Tapa-buracos - Enquanto o período de chuvas faz aumentar o número de buracos nas ruas, Campo Grande sofre com restrições ao serviço de tapa-buracos. Uma licitação foi barrada na Justiça, há contratos com problemas de pagamento, o que resulta em suspensões constantes do serviço, e as equipes próprias da Prefeitura não dão conta da demanda.

Conforme o Campo Grande News mostrou na sexta-feira (30) e sábado (31), na Avenida João Arinos, por exemplo, ao menos 30 carros ficaram danificados devido às crateras abertas em um trecho da avenida na pista sentido Interior-Capital. No local, pouca visibilidade (à noite, no caso) e falta de sinalização transformam o trecho em armadilha para os motoristas.

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