Estudo faz alerta para aumento de casos de covid na Capital
Dados começam a indicar o início de um cenário com aumento significativo
Estudo entregue a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) alerta para a possibilidade de crescimento significativo dos casos confirmados de covid-19 em Campo Grande e também no Estado.
Conforme o estudo matemático, elaborado pelos professores Erlandson Saraiva, do Instituto de Matemática, e Leandro Sauer, da Escola de Administração e Negócios, ambos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), apontam que o aumento destacado no Estado teve início a partir de 7 de maio.
“Se nada for feito para conter a proliferação da covid-19 no Estado não teremos uma mudança do comportamento crescente da curva até 31 de julho e mantido este cenário, o modelo indica que teremos no estado 60.702 casos até essa data”, aponta o estudo.
Já para a Capital a situação se apresenta controlada, mas os dados começam a indicar o início de um cenário com aumento significativo de casos confirmados, segundo os professores.
De 14 de março a 7 de maio foram confirmados 388 casos da Covid-19 na cidade.
“As quantidades registradas levaram a uma inclinação da curva, o que não é desejado. O ideal é que as quantidades registradas estejam sempre abaixo da curva estimada; pois isto levaria ao desejado ‘achatamento’ da curva. Esta inclinação da curva pode ser um reflexo da redução do isolamento social”, complementa.
Os modelos também permitem projetar a quantidade de diagnosticados com a covid-19 que precisarão de atendimento em leitos clínicos e da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
“As estimativas obtidas indicam um possível colapso do sistema de saúde pública do Estado para a primeira quinzena do mês de agosto. Para o dia 146 (6 de agosto) é estimado que 1.106 pacientes precisarão de atendimento em leitos clínicos; e para o dia 152 (12 de agosto) é estimado que 303 pacientes precisarão de atendimento em leitos de UTI. As quantidades de leitos clínicos e de UTI disponíveis são 1.068 e 299, respectivamente”, expõem os pesquisadores.
Mato Grosso do Sul chegou a 2.324 casos confirmados da doença. Destes, 1.190 já se recuperaram, mas 22 pessoas morreram, enquanto outros 1.730 ainda são considerados suspeitos.