Expulso da Aeronáutica, acusado de feminicídio vai para Presídio de Trânsito
Defesa de Tamerson de Lima Souza, 32 anos, tentou evitar transferência após expulsão, mas pedido foi negado
A Justiça de Campo Grande determinou a transferência de Tamerson Ribeiro de Lima Souza, 32 anos, para o Ptran (Presídio de Trânsito), acusado de matar a esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, em fevereiro deste ano. A defesa do ex-militar, expulso da Aeronáutica, tentava mantê-lo em presídio militar.
Mesmo com a expulsão determinada pelo Comando da Aeronáutica no dia 6 de julho, a defesa insistia que ele deveria ficar em presídio militar. Em manifestação datada de 8 de julho, os advogados Talita Dourado Aquino e João Ricardo Batista de Oliveira, alegam que ele não pode ser levado para “qualquer presídio”, justificando que ele foi militar e correria risco de vida.
“É notório que se um policial ou militar for preso e colocado num presídio comum, a sua vida e a sua integridade física correm perigo real”, avaliou a defesa, pedindo que fosse colocado em cela especial em presídio militar.
O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Juri, Aluizio Pereira dos Santos, indeferiu o pedido, dizendo que há entendimento dos tribunais superiores que, com a exclusão da qualidade de militar, perde-se o direito à prisão em estabelecimentos reservados aos integrantes da instituição.
Além disso, o pedido de “prisão especial” exige condições especiais do acusado, as quais não se mostram presentes. Por isso, determinou a transferência ao Presídio de Trânsito, que oferece condições seguras aos detentos provisórios.
O caso – No dia 6 de fevereiro deste ano, o corpo de Natalin foi encontrado na margem da BR-060, saída para Sidrolândia. A investigação aponta que a jovem foi morta em casa. Tamerson Souza alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e mulher desmaiou. O ex-militar justificou que não teve intenção de matá-la.
Com medo de ser preso, Souza colocou o corpo no porta-malas do veículo e, no outro dia, levou a filha para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia e jogou o cadáver em meio a um matagal.
Quando a polícia chegou à casa do casal e o questionou sobre Natalin, disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas dela, respondendo as mensagens no celular e se passando pela vítima. Segundo investigação, chegou a dizer para a filha, antes de o corpo ser localizado, que a mãe passou mal e morreu no hospital.
O sargento foi preso no dia 7 de fevereiro. Na Justiça, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, asfixia e feminicídio, além da ocultação de cadáver.