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Capital

Expulso da Aeronáutica, acusado de feminicídio vai para Presídio de Trânsito

Defesa de Tamerson de Lima Souza, 32 anos, tentou evitar transferência após expulsão, mas pedido foi negado

Silvia Frias | 12/07/2022 13:37
Tamerson Souza quando foi preso no dia 7 de fevereiro, em Campo Grande. (Foto/Arquivo: Kisie Ainoã)
Tamerson Souza quando foi preso no dia 7 de fevereiro, em Campo Grande. (Foto/Arquivo: Kisie Ainoã)

A Justiça de Campo Grande determinou a transferência de Tamerson Ribeiro de Lima Souza, 32 anos, para o Ptran (Presídio de Trânsito), acusado de matar a esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, em fevereiro deste ano. A defesa do ex-militar, expulso da Aeronáutica, tentava mantê-lo em presídio militar.

Mesmo com a expulsão determinada pelo Comando da Aeronáutica no dia 6 de julho, a defesa insistia que ele deveria ficar em presídio militar. Em manifestação datada de 8 de julho, os advogados Talita Dourado Aquino e João Ricardo Batista de Oliveira, alegam que ele não pode ser levado para “qualquer presídio”, justificando que ele foi militar e correria risco de vida.

“É notório que se um policial ou militar for preso e colocado num presídio comum, a sua vida e a sua integridade física correm perigo real”, avaliou a defesa, pedindo que fosse colocado em cela especial em presídio militar.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Juri, Aluizio Pereira dos Santos, indeferiu o pedido, dizendo que há entendimento dos tribunais superiores que, com a exclusão da qualidade de militar, perde-se o direito à prisão em estabelecimentos reservados aos integrantes da instituição.

Além disso, o pedido de “prisão especial” exige condições especiais do acusado, as quais não se mostram presentes. Por isso, determinou a transferência ao Presídio de Trânsito, que oferece condições seguras aos detentos provisórios.

Nas redes sociais, postagem da época do casamento, em 2016. (Foto/Reprodução)
Nas redes sociais, postagem da época do casamento, em 2016. (Foto/Reprodução)

O caso – No dia 6 de fevereiro deste ano, o corpo de Natalin foi encontrado na margem da BR-060, saída para Sidrolândia. A investigação aponta que a jovem foi morta em casa. Tamerson Souza alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e mulher desmaiou. O ex-militar justificou que  não teve intenção de matá-la.

Com medo de ser preso, Souza colocou o corpo no porta-malas do veículo e, no outro dia, levou a filha para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia e jogou o cadáver em meio a um matagal.

Quando a polícia chegou à casa do casal e o questionou sobre Natalin, disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas dela, respondendo as mensagens no celular e se passando pela vítima. Segundo investigação, chegou a dizer para a filha, antes de o corpo ser localizado, que a mãe passou mal e morreu no hospital.

O sargento foi preso no dia 7 de fevereiro. Na Justiça, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, asfixia e feminicídio, além da ocultação de cadáver.

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