Defensoria denuncia falta d'água e baratas perto da comida em Unei
Inspeção constatou série de irregularidades na unidade que abriga adolescentes infratores na Capital
Adolescentes da Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco vivem em condições insalubres. A constatação é da Defensoria Pública, que denunciou a situação ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), pedindo providências à Covems (Coordenadoria das Varas de Execução de Medidas Socioeducativas).
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A Defensoria Pública denunciou as condições insalubres na Unei Dom Bosco, onde adolescentes infratores estão internados. Durante uma vistoria, foi constatada a falta frequente de água e luz, resultando em dificuldades para a higiene básica dos internos. Além disso, a alimentação é precária, com relatos de baratas no transporte das marmitas e armazenamento inadequado de sucos. A prática de revistas íntimas em mulheres que visitam os adolescentes também foi considerada constrangedora. A Defensoria pediu medidas urgentes ao Tribunal de Justiça para resolver esses problemas e investigar a insalubridade no local.
A unidade, onde ficam internados adolescentes infratores, foi vistoriada na semana passada e, segundo os defensores públicos Rodrigo Zoccal Rosa, titular da 5ª Defensoria Pública da Infância e Adolescência de Campo Grande, e Thaisa Raquel Medeiros Defante, coordenadora do Núcleo dos Direitos Humanos, falta água e luz com frequência no local.
Para Zoccal, a situação é insustentável, já que os internos ficam sem água potável e passam dias sem poder fazer a higiene básica, como tomar banho e escovar os dentes. “A unidade, que utiliza um poço para captação de água, é abastecida de forma emergencial por caminhão-pipa durante as interrupções, mas esse recurso é insuficiente para a demanda”, destacou o defensor, completando que o problema acontece independentemente das condições climáticas, afetando a unidade, se somados os dias, pelo menos a metade de cada mês.
Ainda conforme a equipe responsável pela vistoria, a falta de luz é outro problema constante e impede que os internos possam receber as “visitas” online.
De acordo com a coordenadora do Núcleo dos Direitos Humanos, a inspeção apontou também a precariedade na alimentação fornecida: baratas foram encontradas no veículo de transporte das marmitas.
“Durante a distribuição de sucos, foi observado que garrafas pet eram armazenadas próximas ao lixo, sem cuidados sanitários adequados”, exemplificou a Thaisa Raquel.
Para a defensora, “outro ponto de indignação” foi a constatação de que mulheres que visitam os internos precisam passar por revista íntima. “A prática causa constrangimento às mulheres que visitam adolescentes na Unei”.
No ofício encaminhado à desembargadora do TJMS, Elisabete Anache, da Coordenadoria das Varas de Execução de Medidas Socioeducativas, a Defensoria Pública pede medidas urgentes para regularizar o fornecimento de água e luz, revisar a tubulação antiga que compromete o abastecimento e investigar a situação de insalubridade no transporte de alimentos.
A reportagem fez contato com a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), responsável pela administração das Uneis, para saber se providências já estão sendo tomadas e aguarda retorno.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.