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Capital

Filho volta para casa cheio de hematomas e mãe acusa Apae de negligência

Mulher foi informada que o filho havia sido mordido por um colega; ela questiona os cuidados em sala

Por Antonio Bispo | 08/03/2024 18:21

A dona de casa Renata Otazur do Nascimento, de 29 anos, procurou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) para denunciar supostas agressões que o filho, de 12 anos, que tem paralisia cerebral, microcefalia, deficiência intelectual moderada e distúrbio de hiperatividade, durante as aulas que frequenta na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande). O caso foi registrado no dia 5 de março, mas só divulgado nesta sexta-feira (8).

Ao Campo Grande News, Renata contou que teve ciência do ocorrido quando a instituição tentou entrar em contato com ela, pedindo que ela fosse até a escola, pois teria acontecido um acidente com o filho dela envolvendo um coleguinha dele.

Porém, como ela só viu a mensagem horas depois, ficou combinado que a reunião aconteceria no dia seguinte. A dona de casa questionou por diversas vezes detalhes sobre o ocorrido, quando foi informada por um funcionário que o menino sofreu mordidas de outra criança.

Mas quando o filho chegou em casa, tirou a roupa do filho e notou diversos hematomas localizados nos braços, pernas e costas. “Eu pensei que era uma mordidinha de lado, mas pelos hematomas dele parece que deixaram mais de 10 minutos para acontecer tudo isso que aconteceu como o meu filho”.

Por conta disso, ela decidiu registrar o Boletim de Ocorrência e levou o garoto para fazer exame de corpo delito. Agora, aguarda o resultado para saber se as marcas foram ocasionadas, de fato, por mordida, ou por algum tipo de agressão.

“A escola tem que ser responsável, porque desde o momento que deixo meu filho lá, eles têm que tomar responsabilidade. A diretora falou que só tem câmera no corredor, dentro da sala de aula não tem por causa de privacidade”, disse.

A mãe questiona, também, a presença de professoras de apoio na sala de aula, que poderia evitar casos como esse. “O que elas estavam fazendo que não viram isso? Já vi relato que não tem ajudante dentro da sala de aula”, relatou.

Para Renata, a Associação informou que já conversou com o pai da outra criança responsável pelos hematomas, mas questionou as marcas na coxa e nas costas, pois o aluno “fica sentado o tempo todo na cadeira” e “não tem como ser mordida”.

O caso foi registrado na delegacia como lesão corporal dolosa e agora segue sob investigação policial.

O outro lado - A Apae foi procurada, e por meio de nota, disse que  a direção pedagógica procurou o Conselho Tutelar Região da Lagoa e protocolou o relatório informativo após constatar o ocorrido.

"[...] Ao olhar o corpo do aluno, a professora, junto com a coordenadora pedagógica, constataram mais hematomas e comunicaram de imediato a direção no dia 6 de março, quarta-feira. Prontamente foi feito contato telefônico com a responsável, que alegou que não poderia comparecer na escola naquele momento. Mas, que a coordenação poderia repassar informações à amiga que leva a criança, sendo ela informada que não seria possível passar a terceiros".

Ainda segundo o texto, a associação afirma que a mãe havia feito corpo de delito. "A genitora também informou que enviaria o resultado nesta sexta (8). Porém, na manhã de ontem, ligou para direção dizendo que não poderia mandar, pois o resultado ficaria pronto de 15 a 20 dias. A criança estuda com mais cinco alunos e, na classe dela, fica à disposição uma professora e uma auxiliar. Recebemos vídeos que comprovam que o mencionado aluno chega transportado em carro de passeio, conduzido por terceiros, com seis a oito crianças, de maneira que apontam possíveis ocorrências nesse trajeto. Estamos apurando eventuais possibilidades e afirmamos nosso compromisso com a segurança e bem-estar de nossos alunos", finalizou.

[ * ] Matéria alterada às 19h15 para acréscimo de conteúdo.

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