Guarda é levado para presídio 4 dias após “suplicar” por transferência
Sob escolta de policiais civis fortemente armados, Marcelo Rios chegou ao Complexo Penal de Campo Grande por volta das 9h20
O guarda municipal Marcelo Rios, de 42 anos, preso no dia 19 de maio com um arsenal de guerra no Monte Líbano, foi levado para o Centro de Triagem Anízio Lima na manhã desta terça-feira (28), quatro dias depois de enviar carta a juiz “suplicando” para ser tirado de cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
Sob escolta de policiais civis fortemente armados, Rios chegou ao Complexo Penal de Campo Grande por volta das 9h20.
Em carta escrita à mão, datada do dia 24 de maio, o guarda municipal pede a transferência para o Centro de Triagem. Ele diz que não se sente seguro no Garras. “Preciso sair daqui urgente”, escreveu.
A carta foi anexada ao pedido formal de transferência, feito pela defesa de Rios. No documento, os advogados Alexandre Gonçalves Franzoloso, Luiz Renê Gonçalves do Amaral e Márcio de Campos Widal Filho recorrem à prerrogativa funcional, prevista no artigo 18 da Lei 13.022/2014, em que ele, como guarda, tem direito a cela isolada dos demais presos, quando a prisão acontece antes da condenação definitiva.
No dia 21, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
Veja no vídeo, a chegada de Marcelo Rios ao CT:
Arsenal – Na casa, localizada na Rua José Luiz Pereira, foram apreendidas dois fuzis modelo AK 47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e várias munições (15 calibre 762, 392 calibre 762/39 – de AK 47 – 152 calibre 556, 115 calibre 12, 539 munições calibre 9 mm, 37 calibre .40 e 12 calibre 45).
Todas as armas estavam em municiadas e prontas para uso. Além disso, foram encontrados silenciadores, lunetas, e bloqueadores de sinal eletromagnético, que atrapalha o sinal da tornozeleira eletrônica.
A suspeita da polícia é que o armamento tenham sido usado em pelo menos três execuções em Campo Grande. Os AK-47 têm o mesmo calibre usado nos assassinatos do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o subtenente Ilson
Martins Figueiredo, de Orlando Silva Fernandes, o “Bomba”, e de Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar.
Rios, segundo depoimento da esposa, trabalha como segurança particular de empresário da Capital. Ameaças feitas a ela resultaram na prisão de outros dois guardas e um quarto integrante da "escolta armada" do patrão do preso com o arsenal.