Há 2 dias dormindo em cadeira, vigia espera corte de árvore para "recomeço"
Morador teve a casa destruída após figueira cair na manhã de quinta-feira, dia 14
Depois de ter a casa completamente destruída por uma figueira, durante vendaval na última quinta-feira (14), em Campo Grande, o vigilante Valmir de Souza Rebelo, de 45 anos, espera, literalmente, sentado, para que o corte dos galhos seja feito e ele consiga retirar os bens que ainda restam. "Vou reconstruir, recomeçar do zero", disse.
Morador da Rua Professor Xandinho, no Jardim São Lourenço, Valmir dorme em uma cadeira de fio para cuidar dos pertences, que ficaram prensados entre os troncos da árvore de 25 metros. "Estou dolorido, mas to vivo", disse ao Campo Grande News.
Tudo foi destruído e os galhos da árvore ainda estão em cima da casa. "Todas as coisas de valor, coisas que eu toco, pois trabalho também como DJ, aparelho de som, moto, todas prensadas embaixo da árvore", lamenta o morador.
A Defesa Civil esteve no local esta manhã. "Vamos desobstruir a casa para que o rapaz tenha acesso as coisas dele e emitir um laudo dos danos estruturais com a queda da árvore", explicou o coordenador da Defesa Civil, major Pedro Centurião Filho.
A Energisa, empresa distribuidora de energia elétrica em Mato Grosso do Sul, também esteve no local para fazer os reparos, pois a rua inteira está sem energia após a queda da figueira.
Susto - No total, três casas foram atingidas pela árvore, duas delas, que ficam no mesmo terreno, terão que ser reconstruídas. Morador há 30 anos no local, Valmir contou que estava dormindo quando foi atingido pelos galhos da árvore que destruiu a sua casa. Não deu tempo de fazer nada, foi de repente. Ele disse que ficou preso entre os troncos e a cama, começou a gritar e foi socorrido pelos vizinhos.
Em uma das residências, vivia Valmir e na outra, o irmão. Os imóveis pertencem a uma empresa e foram cedidos para os dois morarem. “Não sabemos o que vamos fazer. A princípio vamos ficar na casa da minha mãe. O nosso futuro aqui é incerto”, contou. A moto dele também foi danificada, mas tem seguro. “Sinceramente, eu estou no lucro. Era para eu ter morrido”. O morador estima prejuízo de R$ 100 mil.
Segundo Valmir, a figueira fica no terreno ao lado, que pertence a uma construtora. Ele acredita que colocaram veneno na raiz da árvore para ela ir morrendo aos poucos e cair, porque ficava muito caro removê-la dali. "Isso aqui já era previsto. Nunca tinha acontecido isso antes, nem um galho dela caía. De uns tempos pra cá, ela começou a descascar e as folhas não cresciam mais”, desabafou.
A vizinha de Valmir, a professora Noemi Chaves de Souza, também teve parte do imóvel atingido pela figueira. Ela estava trabalhando, quando ligaram avisando sobre o fato. “Cheguei e me deparei um caos. A árvore atingiu o vidro traseiro do carro do meu filho, o padrão de energia e parte do telhado do sobrado que a gente vinha construindo", contou.
O marido da professora, o advogado Mauro Alves de Souza, 67 anos, estava descansando quando ouviu o barulho, semelhante a de um desabamento. “Achei que havia explodido o transformador. Foi um susto que não dá para descrever. Até meu coração acelerou”. Mauro acredita que o prejuízo vai ficar em torno de R$ 20 mil. Vou ter que refazer o padrão e arrumar a obra que só faltava a parte de acabamento.
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