“Invasor não pode ser beneficiado primeiro”, diz prefeita sobre últimos despejos
Em maio, a Guarda Municipal e pastas da Prefeitura intensificaram ações para desocupar áreas públicas
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A Prefeitura de Campo Grande intensificou as ações de defesa do patrimônio público e em menos de 10 dias despejou cerca de 80 pessoas e demoliu 15 casas, no bairro Jardim Tijuca e na região do Caiobá I, respectivamente. Para a prefeita Adriane Lopes (PP) a atuação incisiva da Guarda Municipal e o avanço das secretarias é uma resposta necessária.
“Temos pessoas aguardando moradia, estão na fila de espera e vão ter que ser contemplados, o invasor não pode ser beneficiado primeiro”, disse Adriane ao Campo Grande News.
A prefeita reconhece que existe um deficit habitacional em Campo Grande. “Isso é do conhecimento de todos, mas não é com invasão, furando a fila e passando na frente de quem está há anos aguardando que a gente resolve o problema”, completou.
O ano de 2024 começou com 13 mil famílias da Capital na fila à espera por moradia. De acordo com dados da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), metade da lista composta por pessoas que aguardam regularização fundiária.
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Adriane reforçou que o papel da Guarda é defender o patrimônio. “Invasão de área pública é crime e qual o papel do município cuidar de áreas públicas, porque são destinadas para construção de escolas, toda área pública tem destinação”, apontou.
A prefeita ainda afirmou que a regularização está avançando na Capital. “A regularização legal, o atendimento a pessoas vulneráveis, mas de forma correta”, finalizou.
Despejos - Após receber ordem de despejo, os moradores do condomínio Nova Alvorada se organizaram em grupo de Whatsapp, e escolheram um local no bairro no Jardim Tijuca para se fixarem. A Guarda Municipal Metropolitana fez plantão desde a madrugada do dia 12 de maio para evitar que as famílias montassem barracos na área pública no Jardim Tijuca.
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Os manifestantes continuaram no local no dia seguinte, sendo monitorados por equipe da Ronda Escolar. À reportagem, eles afirmaram que que uma equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) "revirou" o terreno para que fosse impedido de montarem barracas no local.
A Emha ainda recolheu os pertences dos moradores que estão ocupando o terreno da prefeitura. A pasta informou que a ação aconteceu devido a nenhum deles ter se responsabilizado pelos objetos pessoais que, segundo a Agência, estavam bloqueando a calçada. Os bens serão entregues apenas mediante apresentação de nota fiscal e documento de identificação, na sede da Agência.
Na última terça-feira (21), a Prefeitura demoliu cerca de 15 casas em uma área invadida na região do Caiobá I. De acordo com os moradores, esta foi a terceira vez que ocorreu um despejo na região. Metade da Rua Gratidão é composta por construções mais antigas, feitas de alvenaria, enquanto a outra metade é composta por casas de madeira e lona, além de imóveis em construção.
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