Investigada por matar namorado atropelado é indiciada por embriaguez
Irene da Silva Melo responderá também por corrupção ativa ao tentar subornar policiais militares
Inquérito da Polícia Civil indiciou a motorista Irene da Silva Melo, 63 anos, pelos crimes de corrupção ativa e embriaguez ao volante. Ela era investigada por atropelar o motociclista Otávio Nunes e subornar policiais militares para não ser presa, no dia 8 de maio, na Rua Cabo Verde, no Jardim Tijuca, em Campo Grande.
Inicialmente, ela havia sido presa por homicídio culposo, mas de acordo com o delegado responsável pelo caso, Camilo Kettenhuber, "Não há testemunhas, nem câmeras que comprovem que a Irene foi causadora do acidente. No local, também não foi feita perícia para comprovar a dinâmica do acidente. A equipe comprovou que o local onde o acidente aconteceu é escuro, estreito e que muitos motoristas acabam trafegando no meio da rua. A faixa de rolamento está apagada".
Irene teve a liberdade provisória concedida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, durante audiência de custódia, mas deve cumprir medidas cautelares. A idosa deverá comparecer periodicamente em juízo, não podendo sair de sua residência no período noturno e nos dias de folga.
Conforme o registro policial, Irene conduzia um Chevrolet Classic quando atingiu o motociclista, que seria seu namorado. Otávio foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em estado gravíssimo e levado para a Santa Casa, mas morreu dois dias após o ocorrido.
Irene trafegava pela contramão e estava com sinais aparentes de embriaguez, segundo o boletim de ocorrência. Ela se recusou a fazer o teste do bafômetro, então foi confeccionado um TCE (Termo de Constatação de Embriaguez). A motorista ainda tentou subornar um dos militares dizendo que faria um Pix.
Em depoimento, Irene disse ter ingerido quatro cervejas em casa. No momento do acidente, ela alega que estava levando uma amiga embora quando viu o namorado na rua e acabou atingindo Otávio sem querer. A idosa disse que se manteve no local do acidente e ainda confirmou ter oferecido suborno aos policiais para não ser presa.
Indignação - A família de Otávio não acredita que o episódio foi acidente. “Nossa família já contratou advogado, vamos querer representar contra ela [Irene]. Não foi uma fatalidade, mas não podemos provar”, disse o técnico de enfermagem de 49 anos, sobrinho da vítima, durante o velório do tio, no Cemitério Memorial Park. Ele pediu para não ter o nome divulgado e afirma que a família não aceita o que aconteceu.
Ainda conforme a família da vítima, os parentes só ficaram sabendo do acidente 4 horas depois do fato. Otávio e Irene namoravam havia 3 anos. “Na verdade, tem várias informações que foram ocultadas pela namorada dele. Por que não nos avisou de imediato? Só depois que o meu tio teve morte cerebral foi que ela ligou avisando para o meu outro tio”.