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Capital

Jornalista e servidor da prefeitura são denunciados por extorsão

Crime teria sido praticado contra o dono da indústria Braz Peli Comércio de Couros

Marta Ferreira | 22/09/2017 17:59

O jornalista Acir Miller de Oliveira, 40 anos, e o servidor da prefeitura de Campo Grande Elenilton Dutra de Andrade, 50 anos, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul suspeitos de praticarem crime de extorsão contra José Alberto Miri Berger, 30 anos, que é dono da indústria Braz Peli Comércio de Couros.

Conforme a denúncia, em meados do mês de novembro de 2015, um casal, não identificado, compareceu à indústria de Berger, se apresentado como repórteres do Jornal MS Notícias. Eles teriam dito que precisavam de uma entrevista para tratar de uma denúncia referente à empresa.

A vítima, então, teria pedido a um amigo que fosse até o jornal para conversar com o dono do veículo, Acir Miller, e verificar do que se tratava a denúncia. No local, o jornalista teria dito ao amigo do empresário que tinha diversas informações prejudiciais à empresa e que se o dono não lhe pagasse R$ 300 mil, iria divulgá-las.

Ainda conforme a denúncia, ao saber da ameaça, o dono da indústria procurou o jornalista e disse que não tinha o dinheiro, mas poderia entregar uma caminhonete Toyota/ Hilux, avaliada em cerca de R$ 100 mil, bem como cheques pré-datados, como pagamento.

Sendo assim, no dia 2 de março de 2016, a pedido de Acir, a vítima fez a transferência da caminhonete que, na verdade, estava em nome da sogra dele, Eliane Barbosa Rigoti, 73 anos, para o nome de Elenilton Dutra de Andrade.

Consta ainda na denúncia que Acir teria recebido quatro lâminas de cheque, que totalizaram o valor de R$ 130 mil, pré-datadas para março, e com o objetivo de dar uma aparência de legalidade às transações, o jornalista teria feito contratos de publicidade para veiculação no site MS Notícias.

Conforme o documento, após conversar com alguns conhecidos, a vítima percebeu que havia caído numa extorsão e decidiu denunciar o caso à polícia.

A denúncia traz ainda a versão dos acusados. Conforme o documento, Acir nega que tenha praticado o crime. Afirma que apenas fechou um contrato de publicidade para promover a empresa e a filha da vítima, que pretendia concorrer a um cargo eletivo no Estado. Ele afirmou que recebeu o veículo como parte do pagamento e revendeu a Elenilton.

Já Elenilton afirmou que sequer conhece Acir, que recebeu carro de homem chamado ‘Antonio’, como pagamento de dívidas que esta pessoa tinha com ele.

Procurados pelo Campo Grande News nesta sexta-feira (22), Acir voltou a negar o crime e se limitou a dizer: “não houve extorsão e isso vai ser provado no decorrer do processo”.

Já Elenilton, que é assessor executivo I na prefeitura de Campo Grande, afirmou que foi apenas testemunha no processo. O servidor afirmou ainda que recentemente a Justiça lhe devolveu a posse do veículo. “O que prova que fui vítima”. Por fim, ele orientou à equipe a procurar seu advogado, Fabio Trad, que não atendeu as ligações. 

Apesar de bastante movimentado, com 480 páginas, no processo referente ao caso não há nenhuma sentença ou decisão e a última movimentação que consta é do dia quatro de agosto de 2017.

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