Marido de Graziela, sumida desde abril, está preso, mas não assume crime
Rômulo Rodrigues Dias trabalhava, estudava e morava com a vítima, e foi o último a vê-la
Está preso desde o dia 19 de abril o marido da vendedora e estudante de técnica de Enfermagem Graziela Pinheiro Rubiano, como suspeito de envolvimento no desaparecimento dela, que não responde mensagens de celular nem é vista desde 5 de abril. Rômulo Rodrigues Dias, de 33 anos, está na carceragem da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), no Bairro Tiradentes, responsável pela investigação.
Conforme o Campo Grande News levantou, a prisão temporária é de 30 dias, segundo a ordem judicial dada pelo titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete. Portanto, vence no proximo dia 19. Se não forem apontados indícios fortes contra Rômulo, ele poderá ser solto. Os autos em que a prisão foi pedida correm de forma sigilosa.
Aluno no mesmo curso profissionalizante que Graziela, de 36 anos, e empregado da mesma marmoraria que ela, Rômulo não assume participação no sumiço da mulher, com quem, segundo as amigas dela, manteve relacionamento conturbado. A polícia já trava o caso como assassinato, com características de feminicídio. Seria o sexto caso do ano em Campo Grande.
Versões conflitantes – Rômulo, segundo apurado, diz não saber o destino de "Grazi", como era conhecida. Porém, apresentou contradições ao falar dos últimos contatos com ela, o que levou a justiça a autorizar que fosse preso.
Na primeira versão relatada, disse que os dois foram até o Balneário Atlântico, onde tinham terreno em loteamento, no dia 5 de abril. Lá, contou, ficaram até por volta das 17h30 e foram para casa onde viviam juntos. Quando chegaram, conforme disse Rômulo, receberam a visita de uma mulher que acusou a estudante de manter caso com a namorada dela, apresentando vídeo íntimo da mulher desaparecida. Essa gravação chegou a ser distribuída por Rômulo entre as amigas de Graziela.
Nas palavras dele, Grazi ficou “envergonhada” ao ser questionada sobre a gravação e foi embora, deixando pertences para trás, inclusive carro e moto e sem discutir como fariam com o terreno. Foi ele quem comunicou na empresa os dois trabalhavam, uma marmoraria na Rua Ceará, que ela não iria mais ao trabalho.
Rômulo, porém, mudou essa história. No segundo relato, o casal estava no loteamento, mas houve discussão e a mulher foi em direção à lagoa, por volta das 13h30. Ele, por sua vez, diz ter ficado “mexendo” na construção em andamento no lote até 17h30, quando decidiu procurar pela vendedora.
Sem localizá-la, e sem tentar pedir ajuda para isso, foi embora para a residência de ambos, não avisou ninguém, dormiu normalmente, e no dia seguinte levou o uniforme e a chave usada pela mulher para a empresa, informando que ela havia pedido para avisar que não trabalharia mais.
Em comum, as descrições feitas por Rômulo tem um detalhe: ele afirma que o casal levou bronca de um vigia do balneário por ter entrado na lagoa, o que estava vetado. O segurança, porém, informou à polícia não ter ido trabalhar por causa da pandemia de covid-19.
O Campo Grande News tentou falar com o delegado responsável, Carlos Delano, sobre os próximos passos do inquérito. O policial disse apenas que segue na investigação, e que estuda pedir a prorrogação da prisão temporária.
Denúncias sobre desaparecidos, como é o caso de Graziela Rubiano, podem ser feitas no WhatsApp da delegacia, o 67 3318-9026.