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Capital

Médicos confirmam greve, alegando proposta indecorosa da prefeitura

Setor jurídico da categoria já foi mobilizado e paralisação deve começar 72 horas após comunicado oficial.

Anahi Gurgel e Lucas Junot | 20/06/2017 18:13
Presidente do Sinmed, Flávio Freitas, e tesoureiro, Leandro Tortoza, durante coletiva nesta terça-feira (20). (Foto: Lucas Junot)
Presidente do Sinmed, Flávio Freitas, e tesoureiro, Leandro Tortoza, durante coletiva nesta terça-feira (20). (Foto: Lucas Junot)

Além de rejeitar integralmente os valores de reajuste salarial apresentados pela prefeitura de Campo Grande, os médicos que trabalham no setor público classificaram a proposta como indecorosa, absurda, fizeram várias críticas e confimaram greve por tempo indeterminado.

Os motivos da recusa da categoria foram apresentados durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (20), na sede do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Campo Grande). A proposta da prefeitura foi de 6% de reajuste no plantão e 30% na gratificação por desempenho.

A alternativa do executivo municipal, foi negada pelos profissionais da saúde, após ser amplamente debatida em assembleia na noite desta segunda-feira (19). “O setor jurídico da categoria já esta se articulando para notificar todos os órgãos competentes a respeito da greve, com 72 horas de antecedência, como exige a lei”, disse Flávio Freitas Barbosa, presidente do Sinmed.

A última proposta feita pela classe à prefeitura - e que foi recusada -, de acordo com os profissionais, proporcionaria uma economia de R$ 3,8 milhões aos cofres públicos, baseada no corte de gratificações aos médicos. “A prefeitura fala em eliminar os penduricalhos, mas só apresenta proposta de reajuste baseada neles”, reclama o dirigente.

Na ponta do lápis - A discussão sobre o reajuste salarial já dura quase 2 meses. Inicialmente, os médicos solicitaram aumento de 27,5%, alegando que isso corresponde à correção da inflação dos últimos 3 anos.

No detalhamento dessa proposta, apresentado na coletiva de hoje, a categoria considerou a inflação de 22,94% de 1º de maio de 2014 a 29 de fevereiro deste ano, mais a inflação prevista para 2017, que é 4,15%.

Como os números não foram aceitos pelo executivo, os médicos utilizaram uma nova estratégia: recalcular os valores tendo como base informações dos gastos mensais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) com as gratificações. O balanço, segundo o Sinmed, foi repassado por Pedro Pedrossian Filho, que está à frente da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle). 

Na "ponta do lápis", o balanço revelou que, somente com adicional de responsabilidade técnica, a despesa mensal do município é de R$ 474. 290, 28 mil. Com plantões eventuais, o custo chega a R$ 495.287,72. Outros benefícios, como desempenho, por exemplo, somam R$ 708.924, 45. Um montante que, no total, atinge a marca de R$ 1.798.561 milhão.

A conta foi além. Divindindo esse valor por 920, que é a quantidade de médicos que trabalham atualmente pela prefeitura, obtém-se R$ 1.954, 95 como valor médio por profissional pago a título de gratificação. Somando esse total com o atual salário base da categoria, que é de R$ 2.516, chegaram a uma conta de R$ 4.470 - que seria o reajuste ideal para os médicos, segundo o levantamento.

A proposta apresentada à prefeitura, entretanto, teve um "desconto". Foi solicitado reajuste de R$ 4.137 e eliminação de todas essas gratificações, o que representaria uma economia de R$ 3.801.570 milhões, conforme os cálculos do sindicato, caso a prefeitura concordasse com a proposta.

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