Moradores do Noroeste protestam após ambulância atolar e idoso morrer
Caso não recebam resposta em até 15 dias, manifestantes afirmam que avenida será interditada
Na manhã deste sábado (2), aproximadamente 40 moradores do Jardim Noroeste, bairro na saída para São Paulo, em Campo Grande, realizaram um protesto pacífico na Avenida Ministro João Arinos, na entrada do bairro, depois de um morador morrer em ambulância atolada em rua sem asfalto. Segundo os manifestantes, caso não recebam resposta sobre obras em até 15 dias, a avenida será interditada por tempo indeterminado.
Um senhor indígena de 60 anos faleceu na tarde da última terça-feira (27) na comunidade Água Funda, que fica no Noroeste. De acordo com os moradores, a vítima saiu para buscar lenha, teve uma parada cardíaca e caiu no chão. A esposa dele testemunhou a cena e correu para pedir ajuda aos vizinhos, que então acionaram o Samu. A caminho, a ambulância atolou, o que demorou o socorro.
"Quando finalmente conseguiu chegar, a pessoa já havia falecido. É muito triste. Quantas vidas ainda precisam ser ceifadas para que as devidas providências sejam tomadas em nosso bairro pelo poder público?", questiona a presidente da Associação do Bairro Jardim Noroeste, Valmira Rigotti, que reside na região há 19 anos, expressou sua frustração com a situação.
Água Funda - O cacique da Aldeia Água Funda, Ivaneis Gonçalves Moreira, lamenta a morte do idoso e diz que o problema acabou mobilizando a comunidade para solução de tantos outros problemas.
Hoje, uma das principais reivindicações dos moradores da comunidade indígena urbana é a regularização da autorização ambiental. "O processo de loteamento já está em andamento, mas enfrentamos um impasse com a Semadur em relação à assinatura da autorização ambiental para que as pessoas possam construir suas moradias. Todos devem ser realocados para esta área, pois a região em que estamos atualmente está em disputa judicial e é uma área particular de uma construtora que não tem interesse em vendê-la para a Prefeitura."
Ivaneis explica que a situação persiste há oito anos. "Estamos aguardando e sofrendo as consequências das chuvas, pois as casas são de barracos e todos vivem em extrema vulnerabilidade social".
Muitas cobranças - Toda a comunidade do bairro acabou se unindo para cobrar estrutura de forma geral. Eles também dizem sofrer sem melhorias na rede de drenagem, pedem a instalação de semáforos no acesso ao bairro pela BR-163, semáforo no cruzamento das ruas Indianápolis e Vaz de Caminha e uma unidade de saúde 24 horas.
Também estão solicitando o aumento do número de vagas nas escolas municipais, a criação de uma escola estadual em tempo integral.
Além disso, os moradores solicitam à Prefeitura a rápida regularização fundiária dos terrenos para onde os povos originários da Aldeia Água Funda serão transferidos.
Mas a luta que para eles é questão de honra é a instalação de um polo da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) no bairro - uma discussão que está em andamento desde o ano passado com os vereadores da Capital.
"Não mudou quase nada durante esse tempo. A sensação que temos é que alguns comerciantes acreditam no potencial que existe no Jd. Noroeste".
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para verificar a possibilidade de realização de uma reunião com os moradores. O espaço permanece aberto para futuros esclarecimentos.
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