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Capital

Moradores do Oliveira reclamam de atraso em pavimentação

De acordo com o contrato, obras de pavimentação deveriam ser entregues no próximo dia 23 de junho

Jhefferson Gamarra e Antônio Bispo | 02/06/2023 09:45
Cartazes colocados em ruas do bairro para ironizar a situação (Foto: Juliano Almeida)
Cartazes colocados em ruas do bairro para ironizar a situação (Foto: Juliano Almeida)

Moradores dos bairros Oliveira 1 e 2, organizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (2), para cobrar da prefeitura o andamento das obras de drenagem e pavimentação asfáltica da região, que já havia sido aprovada pela administração pública, que começaram no fim de 2022, com previsão de conclusão para 23 de junho deste ano. Entretanto, segundo moradores do bairro, até o momento, não foi colocado nem um metro de asfalto nas ruas.

Eles reclamam, também, que desde que ficou decidido qual empresa atuaria nos trabalhos, que no caso é a BTG Empreendimentos, foram colocados apenas cinco trabalhadores e duas máquinas para realizar todo o trabalho nos bairros, sendo um número de profissionais muito abaixo do necessário. Com isso, em dias de chuva as ruas se transformam e lamaçais, ficando completamente intransitáveis.

“A obra começou no ano passado, colocaram manilhas, abriram buracos e agora está totalmente parada. A prefeitura foi procurada pelos moradores, mas disse que acabou o dinheiro para terminar. Agora quando chove vira um lamaçal e quando está sol tem muita poeira. Eles acabaram com as ruas, que estavam até boas antes”, protestou o assistente social Josué Lemes de Oliveira, 45 anos.

Cartaz próximo de um lamaçal provocado pelas obras (Foto: Juliano Almeida)
Cartaz próximo de um lamaçal provocado pelas obras (Foto: Juliano Almeida)

Para chamar atenção do poder público, os moradores fixaram cartazes em diversas ruas do bairro. “Bem-vindo a lua, aqui só tem cratera e poeira. Adote um Buraco”; “Os moradores do Oliveira 1 e 2 agradecem o abandono e descaso para a conclusão asfáltica”, eram algumas das mensagens usadas nos cartazes para ironizar a situação.

De acordo com o Portal + Obras da prefeitura de Campo Grande, os trabalhos de pavimentação nos bairros tiveram inicio em setembro de 2022 e a previsão de conclusão seria no dia 23 de junho de 2023, no entanto apenas 20% dos serviços foram executados. Do valor total do contrato que é R$ 10.037.602,60, foram executados R$ 2.048.500,28.

Pelo contrato entre a empresa e a Prefeitura de Campo Grande, as obras começaram em 26 de setembro do ano passado e deveriam ser finalizadas no próximo dia 23 de junho. Procurado, o município não informou até a publicação deste material se de fato as obras pararam, mas o morador Valdinei Figueiredo, que mora lá há 12 anos, diz que sim.

Buraco aberto no meio da rua para colocação da rede esgoto (Foto: Direto das Ruas)
Buraco aberto no meio da rua para colocação da rede esgoto (Foto: Direto das Ruas)

“E a revolta é essa, porque a obra parou, saiu maquinário. Na época, saíram tem uns 20 dias, a empresa alegou que a prefeitura não está pagando. Essa é uma dúvida que a gente tem, se a prefeitura passou o dinheiro para a empresa, quanto passou ou se não passou nada. Porque essa ruas aqui ficaram cheias de manilhas, mas sem asfalto”, reclamou.

Ele acompanhou todo processo, desde a época em que havia apenas pedido de asfalto, até a abertura de licitação e início das obras. Bairro vizinho, o Oliveira III, segundo ele, está todo asfaltado e isso causa ainda mais revolta nos moradores.

“E a empresa lá ta bem mais adiantado do que aqui. As ruas que estavam cheias de buraco lá agora tem asfalto. Aqui continua essa bagunça”, lamenta. Pelo painel de obras, 326% da obra no Oliveira III foi executada, tanto que do valor inicial previsto, de R$ 2.017.238,45 para o asfaltamento, a empresa contratada, Engevil Engenharia Ltda, já recebeu R$ 6.570.443,30.

“De maquinário, para você ter uma ideia, chegou uma patrola e um caminhão, só. E a frente de trabalho tinha cinco trabalhadores de chão, só. Eles estragaram todas as ruas devido a isso. O único serviço feito por eles foi só colocar as manilhas e parou tudo”, contou o morador sobre o andamento da obra de setembro do ano passado até agora.

Há 28 anos morando no bairro, o aposentado Romildo Antônio dos Santos, de 53 anos partilha da mesma revolta. “Estamos na expectativa do asfalto ainda, segundo informações que tivemos, a prefeitura esta negativada, sem a certidão negativa não tem como ter a obra. Então foi feito o serviço, aí como a prefeitura está negativada, não tem dinheiro para pagar as prestações de serviço”, contou.

Rua do bairro, mas nenhuma movimentação de máquinas. (Foto: Paulo Francis)
Rua do bairro, mas nenhuma movimentação de máquinas. (Foto: Paulo Francis)

Outro morador, Cláudio Ferreira de Castro, 57, é militar da reserva e diz que está há 21 anos no bairro. “A minha rua é asfaltada, mas sofro igual eles. A poeira e o barro é o mesmo jeito. No horário de pico na rua do ônibus poeirada vai tudo pra minha casa. Esse barro desceu tudo para os bueiros e entupiu. A minha mulher trabalha na Emei. Ela vai com um sapato dentro da sacolinha e outra no pé. Chega lá ela troca. Todo dia ela faz isso”, comentou.

Em resposta à reportagem, a prefeitura de Campo Grande admitiu o atraso na execução do contrato. Entre os fatores apontados estão a falta de repasses e as intempéries climáticas que que prejudicaram o cronograma.

“Os períodos de estiagem foram muito curtos e os serviços de drenagem e pavimentação requerem um tempo de uma semana no mínimo para secagem do material, então quando o material começava a secar havia nova precipitação voltando à estaca zero por conta da chuva. A Secretaria espera agora receber os repasses de verba para que a obra tenha continuidade e possa ser retomada”, informou a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).

Matéria editada para acréscimo de informação.

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