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Terrenos baldios viram lixão a céu aberto e até rua já foi engolida pelo caos

Moradores contam que pessoas jogam entulhos, animais mortos e até móveis no local

Jéssica Benitez e Bruna Marques | 21/02/2023 12:28
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Móveis velhos, animais mortos, entulho de construção e todo tipo de lixo são descartados diariamente em terrenos localizados entre as ruas Alberto Carlos Mendonça Lima e Capitão Mário Pio Pereira, no Bairro São Conrado.

O acúmulo de coisas inutilizadas é tanto que até mesmo a via Wilson Paes de Barros, que cortava as várias quadras de área sem construção, foi engolida pelo caos, assim como placa com aviso “não jogue lixo”, pendurada no local na tentativa improdutiva de impedir que pessoas façam dali seu depósito particular de quinquilharia.

Moradora da região há mais de oito anos, a diarista Eucrísia Rojas, 38 anos, já não sabe o que fazer para sanar o problema. “Tem dois anos que está assim, quando me mudei era a coisa mais linda”, diz. Antes, o conjunto de terrenos baldios era cercado e ali se criava gado, que mantinha o mato sempre baixo e evitava que as pessoas jogassem lixo.

Eucrísia não sabe mais o que fazer para sanar o problema de acúmulo de lixo (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
Eucrísia não sabe mais o que fazer para sanar o problema de acúmulo de lixo (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)

“Aí tiraram o gado para plantar soja e a cerca sumiu. Chegaram a tentar vender, mas acho que ninguém se interessou e a placa de vende-se se perdeu no meio do matagal”, relatou ao Campo Grande News. “Conviver com isso é insuportável. A gente só abre o portão da garagem para entrar e sair com o carro”, completa.

A moradora conta que um Ecoponto está fixado a menos de 5 quilômetros dali, no Bairro Oliveira, mas quando vai alertar as pessoas que insistem em sujar os terrenos, geralmente é atacada.

“Meu marido uma vez quase sofreu lesão corporal ao tentar impedir um cara que parou com o carro cheio de lixo pra jogar aí. Aliás, cinco minutos antes de vocês chegarem mais um carro estava estacionado e o motorista despejando coisas. Eu choro todo dia, não sei mais o que fazer”, finaliza.

Família de Osmira tem lote no bairro há mais de três décadas (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
Família de Osmira tem lote no bairro há mais de três décadas (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)

Sentimento compartilhado pela comerciante Osmira Verônica dos Santos, 47 anos, que construiu casa na proximidade do terreno há cerca de um ano, mas o lote pertence à família há mais de três décadas.

“Antigamente tinha uma rua que saía aqui na frente, mas nem existe mais. Virou ponto de descarte de lixo, jogam 24 horas por dia. Fora os animais mortos que viram carniça. Não é fácil conviver, ainda mais a gente que tem criança pequena”. Sem pavimentação nas vias, a situação fica ainda pior quando chega o período de chuva, pois a água forma poças tão grande que mais parecem piscinas de lama.

Carlos Eduardo se perde em meio a tanto entulho (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
Carlos Eduardo se perde em meio a tanto entulho (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)

“Sempre foi assim essa rua, já teve época melhor, patrolaram, mas a água sempre fica empoçada. Toda vez que chove é assim, não dá pra passar a pé, tem que dar a volta por outra rua”, conta o pedreiro Carlos Eduardo Miranda, 65 anos, morador do bairro há 15 anos.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande, mas por ser ponto facultativo devido ao Carnaval ainda não obteve retorno.

Confira a galeria de imagens:

  • Conjunto de terrenos virou lixão a céu aberto (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
  • Conjunto de terrenos virou lixão a céu aberto (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
  • Conjunto de terrenos virou lixão a céu aberto (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
  • Conjunto de terrenos virou lixão a céu aberto (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
  • Conjunto de terrenos virou lixão a céu aberto (Foto Henrique Kawaminami/Campo Grande News)
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