Motociclista morre atropelado por caminhão no bairro José Abrão
Moradores reclamam do aumento recente da circulação de veículos pesados no bairro depois da duplicação da avenida Euler de Azevedo
Um motociclista morreu no fim da manhã desta sexta-feira (11) ao ser atropelado por caminhão no cruzamento das ruas Marcelo Roberto e Alberto Lamêgo, no Conjunto José Abrão, no oeste de Campo Grande.
O motorista do caminhão foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros porque passou mal no local do acidente. Ele é paciente cardíaco.
O documento do veículo está em nome de Jairo da Vista, de 34 anos, morador do Jardim Azaleia, mas era Jhony Sanches Feitosa, de 20 anos, quem pilotava a moto.
Moradores reclamam do aumento recente da circulação de veículos pesados no bairro. Uma moradora, que não quis revelar o nome, disse que na região está instalada uma pedreira e uma indústria de água mineral, além de várias chácaras.
Comerciante há 31 anos, Vagner Targino, de 44 anos, afirma que as alterações no trânsito por causa da obra de duplicação da avenida Euler de Azevedo fizeram com que caminhões tenham de percorrer caminho mais longo, até a frente do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) para ter acesso à BR-080. “Só que eles preferem cortar caminho por dentro do bairro e as ruas não tem espaço para veículos grande”, completou a outra moradora.
Mortes no trânsito - O comerciante disse ainda que desde o fim do ano passado, quando houve o reordenamento no tráfego da região, outros acidentes fatais aconteceram no local. O moradores citam 4 mortes. Duas delas, no início de abril e no domingo passado, foi registrada em matéria do Campo Grande News.
Luzinete César Gonçalves, 58 anos, morreu após sofrer um acidente e ter a perna decepada. No dia do acidente ela conduzia uma motocicleta Honda CB 500F pela avenida José Barbosa Rodrigues quando, ao cruzar a avenida Dom Antônio Barbosa, quando foi atingida por um veículo Gol, conduzido pelo engenheiro civil Leonardo Martins Silva, 27 anos.
Arremessada por cerca de 100 metros, a mulher recebeu atendimento de equipe do Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), sendo encaminhada para a Santa Casa. Três dias após receber alta, ela morreu em casa com uma parada cardíaca.
No último domingo (6) Nilton Lima dos Santos, que estava em uma Yamaha R1, foi atingido por um Citroën C3 na Euler de Azevedo. De acordo com a BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), os dois veículos seguiam pelo mesmo sentido quando o carro teria mudado de faixa, quando o carro batou contra a lateral da moto.
O condutor da moto caiu na pista e foi socorrido pelo Samu, mas morreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino.
Reunião - Horas antes da morte do motociclista, representantes dos moradores dos bairros José Abrão, Santa Carmélia, Beija Flor, Parque dos Laranjais e Jardim das Virtudes reuniram-se com o fiscal da obra Roberto Nonato, servidor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), para apontar os problemas do dia a dia. O encontro foi em frente à Escola Estadual Sebastião Santana de Oliveira.
Além da questão da circulação de caminhões, a comunidade reclama também da instalação das muretas no meio da Euler de Azevedo. "Quem está em um cruzamento esperando para cruzar a Euler não consegue ver quem vem na pista do outro lado", explica um dos organizadores da manifestação, Márcio Podolsk, de 31 anos.
Para ele, a mureta deveria ser trocada por um canteiro no meio da pista. "Assim, pelo menos, divide as pistas, como eles querem, e as pessoas conseguem ver tranquilamente se está vindo alguém do outro lado ou não", conclui.
De acordo com o fiscal da obra, entretanto, as muretas servem para organizar o fluxo, inclusive o de pedestres. "Com o canteiro as pessoas vão atravessar em qualquer trecho da via, independente de faixa de pedestre ou passarelas, com a mureta, eles só irão passar pelo local certo", explicou durante a reunião com os moradores.
Tais muretas também têm trouxeram problemas para os moradores do bairro Parque dos Laranjais, segundo Netuno Luiz Pereira, de 55 anos, que é vice-presidente do bairro. Ele afirma que o bairro ficou "cercado". "Eu tenho que ir lá no Coophasul, pegar a Presidente Vargas para conseguir ir para o centro", explica.
Ele afirma que há poucos retornos para quem está nos bairros que são divididos pela rua. "Antes a gente passava para o outro lado com tranquilidade, agora para é uma dificuldade enorme, tem que andar um monte para achar um retorno e depois voltar tudo aquilo".
Segundo o fiscal, as demandas dos moradores serão todas ouvidas e encaminhadas para a Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) para que seja feita a avaliação.
Matéria alterada às 13h03 para acréscimo de informação.