Motoristas de ônibus se livram de multas por atraso durante obras
Atrasos vão continuar ocorrendo em linhas com itinerário que passa pelo Centro em obras
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Sofrendo com os desvios de obras do Centro de Campo Grande, motoristas de ônibus que receberam notificações por atraso não terão que pagar multas. É o que ficou definido hoje (22), em reunião entre Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Sindicato de Trabalhadores do Transportes de Campo Grande e Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal.
Não é possível suspender as notificações, porque a lei é clara quanto ao atraso, que deve ser notificado para evitar prejuízo aos usuários. No entanto, a Agetran vai aceitar as justificativas, afinal o atraso é provocado pelas obras da própria prefeitura, segundo o presidente do sindicato, Demétrio Freitas.
“O Consórcio vai apresentar formulários em que justificará o atraso pelas obras e a Agetran vai aceitar as justificativas e desconsiderar as multas. O que queríamos era a suspensão, mas como eles garantiram que não serão cobradas multas ficou bom, porque o motorista já não vai trabalhar pressionado”, explicou o sindicalista.
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Por lei, mesmo com obras, o atraso permitido é de, no máximo, dez minutos, ainda assim a Agetran vai relevar os atrasos que extrapolam esse tempo, de acordo com o presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, vereador Alírio Villasanti (PSL).
“A Agetran vai aceitar a justificativa, porque é público e notório que as obras estão atrasando o trabalho dos motoristas”, comenta o vereador, que participou da reunião de hoje.
O parlamentar garantiu que vai estudar a possibilidade de apresentar projeto para atender outra reivindicação dos motoristas, que é a mudança na lei que define as multas por atraso, entre outras. A multa por atraso é de aproximadamente R$ 150, enquanto o salário base do motorista de ônibus é de R$ 2.160, segundo Demétrio.
Com o “perdão” pelos atrasos, os motoristas desistiram de insistir em adequações para facilitar o trânsito nos desvios, que hoje congestionam principalmente a ruas Padre João Crippa e Pedro Celestino.
“A Agetran informou que os motoristas vão ter que trabalhar da maneira que está, não tem como priorizar um corredor, mas como garantiu que o motorista pode trabalhar tranquilo independente de atrasar ou não, sem pressão e desespero isso foi importante”, avalia o presidente do sindicato.