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Capital

MS pede transferência de 22 líderes de facções para presídios federais

Ministério da Justiça estuda também ajudar governo a fazer a remoção interna de detentos no Estado com a Força Nacional de Segurança, liberando PM para patrulhar áreas internas das prisões

Rafael Ribeiro | 10/01/2017 09:30
Estado quer isolar lideranças e evitar que clima atual traga rebeliões como as de 2006 (Foto: Adriano Hany/ Arquivo)
Estado quer isolar lideranças e evitar que clima atual traga rebeliões como as de 2006 (Foto: Adriano Hany/ Arquivo)
Estado quer transferir 22 detentos para presídios federais (Foto:Adriano Hany/ Arquivo)
Estado quer transferir 22 detentos para presídios federais (Foto:Adriano Hany/ Arquivo)

O Governo de Mato Grosso do Sul pediu ajuda para o Ministério da Justiça e Cidadania na remoção de líderes de facções criminosas para presídios federais, em tentativa de evitar que se cumpram as ameaças de rebeliões e confrontos entre rivais no cárcere.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, o Estado pediu a transferência de 22 detentos, mas apenas sete foram aceitos. Quatro foram indeferidos pela Justiça e outros 11 seguiam em análise.

“Esses pedidos são feitos rotineiramente desde 2014, 2015. Inclusive este ano mesmo já foi feita uma transferência dessas”, disse Aílton Stropa Garcia, diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).


Segundo Stropa, os nomes escolhidos para as transferências são os “de lideranças negativas que têm a necessidade de transferência.” “Muitas vezes pedidos negados anteriormente, são refeitos e novamente encaminhados”, disse.


Guerra – Ao todo, outros seis estados ganharão algum tipo de ajuda do governo federal em meio à crise do sistema penitenciário (Rondônia, Amazonas, Acre, Roraima, Tocantins e Mato Grosso).


Segundo o Campo Grande News apurou, até o fim desta semana ficará acertado se agentes da Força Nacional de Segurança virão a Mato Grosso do Sul ajudar na remoção interna dos presos junto do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Segundo Morais, o objetivo do uso da Força Nacional de Segurança nesse assunto serviria para deixar um contingente maior da PM nas áreas internas dos presídios, evitando motins pela saída dos chefes.

Stropa não confirma, mas a Agepen quer fazer uma espécie de rodízio entre os presos identificados como chefes das facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho, afim de desmantelar essas lideranças.


Histórico – A guerra entre as facções criminosas teria explodido em setembro do ano passado, depois de um “comunicado” que uma das quadrilhas emitiu o “Salve Geral do PCC”, decretando o fim da aliança com Comando Vermelho.

O texto foi escrito a mão, na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo, onde fica a cúpula do PCC. Possivelmente foi transportada por algum advogado ou visitante e enviado às prisões brasileiras dominadas pela facção. O “salve” se espalhou, culminando na série de chacinas com quase 100 assassinatos ocorridos em presídios de Amazonas e Roraima.

Apesar do Estado não ter registrado conflitos violentos até aqui, há o medo de que a guerra de facções exploda nos presídios estaduais locais desde a última semana, quando um drone com armas foi lançado sobre a penitenciária de Dourados (a 233 km de Campo Grande) com facas e drogas. Dois dias depois, um preso foi morto na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande.


Uma série de áudios interceptados pela inteligência da Agepen promete ataques mútuos de ambas as partes, gerando um clima de instabilidade e medo entre familiares e agentes. Um homem supostamente ligado ao Comando Vermelho foi identificado como autor de algumas dessas ameaças e é procurado.

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