MS quer suspender indenização de R$ 1 milhão para ex-major “Escobar brasileiro”
Depois de cortar aposentadoria, com sumiço de Sergio Carvalho, PGE aponta que é preciso parar o processo
Com uma versão “morto”, foragido e dono do status de “Pablo Escobar brasileiro”, o ex-major Sérgio Roberto Carvalho é alvo de pedido do governo do Estado para paralisar o processo em que o ex-policial militar cobra indenização de R$ 1,3 milhão.
A PGE (Procuradoria-Geral do Estado) questiona o valor cobrado e também leva à Justiça que existe suspeita de que ele esteja morto. O pagamento da aposentadoria de R$ 11 mil foi suspenso desde janeiro e o ex-major não atendeu a nenhum dos chamados, publicados no Diário Oficial do Estado, para a prova de vida.
“Por outro lado, o cumprimento da sentença deverá permanecer suspenso, de toda forma, pois há notícia do falecimento do exequente, e que por isso teve seus proventos de aposentadoria bloqueados desde janeiro de 2021”, informa a procuradoria.
Em novembro do ano passado, a operação Enterprise, da PF (Polícia Federal), revelou que o ex-major tinha assumido a identidade de Paul Wouter, líder de esquema bilionário de tráfico de cocaína. Paul morreu de covid-19 e foi cremado, portanto sem condições de análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade.
Durante as buscas por Carvalho na Europa, a PF se deparou com imóveis de luxo na Espanha e Portugal. Na garagem de um deles, uma van estava recheada com 12 milhões de euros (equivalente a R$ 70 milhões).
Mesmo após a operação, em fevereiro deste ano, Carvalho trocou de advogado no processo contra o governo do Estado. A reportagem entrou em contato com a defesa, que não quis se manifestar sobre o pedido da PGE.
Carvalho cobra R$ 1,3 milhão da Ageprev (Agência de Previdência Social) em processo que tramita desde 16 de novembro de 2015 na 4ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande
A carreira na Polícia Militar durou 16 anos. Ele ingressou na PM em 25 de janeiro de 1980 e se aposentou em 28 de maio de 1996