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Capital

Mulher denuncia ex-namorado tatuador por agressões após festa no Carnaval

“Se eu for preso, posso te matar aqui, já tenho a lona para isso”, teria dito o rapaz para a vítima

Gabriel Neris e Tainá Jara | 03/03/2020 17:29
Vítima publicou fotos com as marcas das agressões (Foto: Reprodução)
Vítima publicou fotos com as marcas das agressões (Foto: Reprodução)

Mulher, de 24 anos, registrou boletim de ocorrência acusando o namorado, um tatuador, de 31 anos, de agressão física no dia 24 de fevereiro, em Campo Grande. A jovem utilizou sua página no Facebook para expor as marcas das lesões.

Ela conta que a violência ocorreu quando voltavam do Carnaval. “Estava tudo tranquilo, até acontecer uma discussão e assim dar início a uma série de agressões. Foram tapas na cara, puxões de cabelo e enforcamento, tudo acompanhado de sérias agressões verbais”, detalha.

“Chegando no estúdio de tatuagem ele me batia e quando eu caía no chão, ele me levantava e me agredia ainda mais. Me fez subir as escadas do estúdio na marra onde caí várias vezes. Me sentou no sofá, me ameaçando ao mesmo tempo que me agredia”, continua a jovem.

Ela conta que depois de meia-hora, ele pediu desculpas e pediu que a jovem o acompanhasse até um bar, onde iria tatuar um cliente e que em seguida a levaria para casa.

De acordo com a polícia, os dois namoravam há oito meses e durante a agressão ele teria dito: “se eu for preso por te matar aqui, já tenho a lona para isso”, o que foi considerado pela investigação como uma ameaça clara de morte.

A jovem já está com medida protetiva, mas a exposição no Facebook não é aconselhada pela polícia. Segundo a delegada Sueli Araújo, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a orientação é de que não publiquem nada.

“A gente aconselha as mulheres a não exporem o fato. Pode prejudicar elas mesmas e atrapalhar as investigações”, avalia.

A delegada lembrou que agora, que a vítima está com medida protetiva, o rapaz pode ser preso caso a infrinja ou ser monitorado por tornozeleira eletrônica. “Quando a mulher tem medida protetiva é importante registrar novo boletim de ocorrência caso o agressor se aproxime”, alerta.

A Deam registra, em média, 20 a 30 casos de ocorrências diariamente. Cerca de 30% são por lesão corporal. Em Mato Grosso do Sul foram registrados 3,92 mil casos de violência doméstica somente entre janeiro e fevereiro. Na Capital, são 1,48 mil. Os casos de lesão corporal chegam a 1.290 no Estado e 301 na Capital.

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