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Capital

Mulher e filha do "Pedreiro Assassino" são transferidas para presídio de Corumbá

Presas por participação na morte do comerciante José Leonel, elas estão isoladas do restante das presas

Marta Ferreira | 03/06/2020 10:35
Mãe, de rosa, e filha, de preto, foram levadas para Corumbá, por medida de segurança. (Foto: Reprodução do site da Justiça)
Mãe, de rosa, e filha, de preto, foram levadas para Corumbá, por medida de segurança. (Foto: Reprodução do site da Justiça)

“Por questão de segurança”, a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) transferiu para Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, mãe e esposa de Cleber de Souza Carvalho, rés junto com ele pelo assassinato do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, ocorrido em 2 de maio, na Vila Nasser.

Roselaine Tavares Gonçalves, de 40 anos, e Yasmim Natasha Gonçalves, de 19 anos, estavam no presídio feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande, isoladas, e foram levadas no dia 27 de maio para o estabelecimento "Carlos Alberto Jonas Giordano”, na cidade pantaneira. Lá, também estão em celas separadas, segundo apurado pela reportagem.

Em Campo Grande, dividiam o presídio com cerca de 250 mulheres. Em Corumbá, a unidade é menor, tem cerca de 90 detentas.

Cúmplices - As declarações de mãe e filha foram o fio condutor que levaram a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) a descobrir que o "Pedreiro Assassino" havia matado José Leonel com uma pancada na cabeça e enterrado o corpo no quintal da casa. Depois, apossaram-se do imóvel e, passando a morar no lugar. Conforme as investigações, havia a intenção de comercializar o direito de posse da casa e do salão comercial no mesmo terreno.

A filha, conforme as investigações, chegou a ajudar o pai a arrastar o corpo para a varanda. A mãe, segundo os investigadores, sabia de tudo.

As duas foram presas no dia 7 de maio, Roselaine chegou a ser liberada com tornozeleira eletrônica, mas quando a denúncia do crime foi feita pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), teve a prisão preventiva decretada.

Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, só foi preso dia 15 de maio, pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. Após ser capturado, confessou mais seis assassinatos, cujos corpos também foram ocultados Ajudou, inclusive, nas escavações para logalizar as ossadas. Nesses casos, não há por ora sinais de envolvimento da esposa e da filha.

Yasmim, à direita, e a mãe, em imagem que costa do processo judicial por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Reprodução do site da Justiça)
Yasmim, à direita, e a mãe, em imagem que costa do processo judicial por homicídio triplamente qualificado. (Foto: Reprodução do site da Justiça)

Rés - O processo sobre a morte de José Leonel Ferreira dos Santos corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Cleber, esposa e filha são acusados de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel). Foram enquadrados ainda em crime de ocultação de cadáver.

O pedreiro prestou depoimento ao delegado do caso, Carlos Delano, nesta terça-feira, em diligência complementar ao inquérito, que será anexada ao processo. Ele confessou a morte e alegou ter agido em legítima defesa.

O juiz da ação criminal, Aluízio Pereira dos Santos, já deu prazo de 10 dias para as defesas dos réus se manifestarem. Esse prazo passa a contar da notificação, que ainda não aconteceu.

Depois disso, começam a ser marcadas as audiências para ouvir a acusação, a defesa e os réus.

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