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Capital

Mulher que cegou tatuador diz que era agredida física e verbalmente por ele

Sônia Obelar Gregório jogou soda cáustica em Leandro Marques que agora pede indenização de R$ 1 milhão

Por Ana Paula Chuva | 01/08/2024 13:37
Sônia no momento em que foi presa em Curitiba em junho deste ano (Foto: Divulgação)
Sônia no momento em que foi presa em Curitiba em junho deste ano (Foto: Divulgação)

A defesa de Sônia Obelar Gregório, presa por jogar soda cáustica no ex-namorado Leandro Coelho Marques, afirma em nota que a mulher era vítima de agressões físicas e verbais por parte do tatuador, inclusive chegou a ter medida protetiva concedida pela Justiça. O caso aconteceu em fevereiro de 2023. O homem ficou cego por conta do produto corrosivo e agora pede R$ 1 milhão em indenização.

Em nota, enviada ao Campo Grande News, o advogado Guilherme Henrique de Morais Calegari pontuou que Sônia jamais se negará a prestar os esclarecimentos necessários e “sobretudo, cooperar com a justiça”. A dessa ainda reafirma o compromisso de responder todas as acusações de forma justa e colaborativa.

No entanto, destaca na nota que a mulher é vítima de violência doméstica e já vinha registrando boletins de ocorrência contra Leandro por conta das agressões. De acordo com Guilherme, ela inclusive teve medida protetiva concedida em 2021. Conforme apurou a reportagem, no dia 19 de junho daquele ano, Sônia procurou a delegacia.

De acordo com o registro policial, ela relatou que convivia com Leandro há 3 anos e que há três meses o homem vinha se mostrando agressivo, mas até então não havia agredido a mulher. Porém naquela data, ele acordou muito nervoso e começou a xingá-la.

Em seguida, de acordo com o relato da mulher, ele a empurrou. Sônia diz que se defendeu e após a discussão, o autor mandou que ela e sua filha de 12 anos saíssem da casa. Leandro então as trancou para fora e ela pediu socorro na Casa da Mulher Brasileira, onde ficou alojada e pediu a medida protetiva para que o tatuador fosse retirado da casa.

“A bem da verdade, enquanto não houver efetiva conscientização acerca dos efeitos adversos desse tipo de violência, lamentavelmente passaremos a conviver rotineiramente com casos como este, em que a mulher precisa, sozinha, se defender dos ataques à sua integridade física”, disse em nota.

Calegari ainda afirma que a defesa lamenta as consequências dessa relação conturbada entre os dois e se coloca à disposição para eventual colaboração “pois nunca se negou a gravidade dos fatos, nem os importantes efeitos que causaram no ex-namorado”. No documento, o advogado ainda alega que Sônia nunca foi ouvida.

“Sônia nunca foi ouvida, nem pelo Poder Judiciário, nem pela imprensa. Assim, todas as afirmações que se têm notícia – e que, repetidas, tornaram-se “verdades” (meias verdades, aliás) –, são aquelas prestadas pelo próprio Leandro e seus familiares. Por fim, a defesa se coloca à inteira disposição da justiça e da imprensa para o desfecho breve e justo do caso”, finaliza a nota.

Sônia fugiu depois do caso e nunca foi ouvida, diz advogado (Foto: Reprodução | Facebook)
Sônia fugiu depois do caso e nunca foi ouvida, diz advogado (Foto: Reprodução | Facebook)

Crime - Na data dos fatos, consciente, o tatuador contou que voltava da academia e estava chegando em casa, no Bairro Aero Rancho, quando viu a ex-namorada, que sinalizou para que ele parasse no intuito de conversarem. Ao parar a moto, a mulher jogou o líquido de uma caneca no rosto da vítima.

O tatuador disse que ficou "atordoado", sentindo o rosto e olhos queimando. Ele, então, andou com a moto por alguns metros, mas não aguentou a dor e perdeu a visão. Foi o momento em que parou e pediu socorro na casa de um morador. Em seguida, a vítima lavou o rosto com água da mangueira, mas sua visão escureceu e não voltou mais.

Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para a Santa Casa. A família informou que a ex-namorada tinha ciúmes doentio pelo fato de o homem ser tatuador. "Essa é a profissão dele e sabemos que não existe escolhas para tatuar uma pessoa. A cliente que escolhe, bunda, seios, seja lá onde for", descreveu a irmã nas redes sociais.

Prisão - Foragida desde fevereiro de 2023, Sônia foi presa em junho deste ano em Curitiba, no Paraná, por força de mandado de prisão. Na ocasião, conforme o delegado Nasser Salmen, desde que a Vara Criminal de Campo Grande expediu o mandado de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima, a inteligência da polícia de Curitiba começou a dar apoio na captura. A mulher permanece custodiada na cadeia pública da capital paranaense.


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