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Capital

Na fase final, Capital recebeu 70 milhões de mosquitos contra dengue

Wolbito foi liberado em todos os bairros, mas resultado só deve ser conhecido no fim do ano

Silvia Frias | 27/03/2023 13:57
Wolbito, o Aedes aegypty com Wolbachia é liberado em bairro de Campo Grande. (Foto/Divlugação/AMP)
Wolbito, o Aedes aegypty com Wolbachia é liberado em bairro de Campo Grande. (Foto/Divlugação/AMP)

O Método Wolbachia já liberou 70 milhões de mosquitos wolbitos em todos os bairros de Campo Grande. O projeto, implantado para reduzir os índices de doenças transmitidas pelo Aedes aegypty, entrou na fase final, mas os resultados só devem ser medidos no fim do ano.

Entre as principais metas é reduzir os casos de dengue. A liberação dos Wolbitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do WMP (World Mosquito Program).

Campo Grande chegou a enfrentar epidemia de dengue em 2019, quando o município registrou 44.871 casos da doença e 8 mortes. A epidemia ainda persistiu até 2020 que, apesar da queda, ainda mantinha os índices significativos: foram 12.466 casos de dengue de janeiro até setembro.

Atualmente, os índices estão muito abaixo da fase crítica vivenciada em 2019/2020, mas demonstram tendência de alta.

No último boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde) da semana epidemiológica, encerrada no dia 24 de março, constam 16.723 casos prováveis de dengue, 7.988 confirmados da doença e 7 mortes confirmadas em Mato Grosso do Sul. Campo Grande ocupa a 57º posição no ranking com 1.579 casos prováveis, apresentando média incidência.

Com Wolbachia, mosquito não consegue transmitir doenças como dengue ou zyka. (Foto/Divulgação/WMP)
Com Wolbachia, mosquito não consegue transmitir doenças como dengue ou zyka. (Foto/Divulgação/WMP)

Em comparação à semana anterior, fechada até 15 de março, o número de casos comprovados apresentou alta de 43,92%. Isso porque, no período anterior, foram 13.235 casos prováveis, 5.550 confirmados e 5 mortes no Estado. Campo Grande estava na 70º colocação, com baixa incidência da doença.

De acordo com assessoria da WMP, a liberação dos 70 milhões de Wolbitos foi realizada em todos os bairros de Campo Grande, em trabalho finalizado no dia 17 de março. Agora, alguns trechos ainda estão recebendo os mosquitos, na fase de reforço de cobertura.

A assessoria diz que somente no fim do projeto é que será possível medir a eficácia do projeto. “A partir daí começamos a realizar o monitoramento e identificar os impactos da Wolbachia na diminuição dos casos de dengue, zika e chikungunya”, informou.

A secretária-adjunta da SES, Christinne Maymone, disse que o projeto ainda não está previsto para ser implantado em outro município do Estado e que os dados serão avaliados.

Total de casos confirmados de dengue até a semana fechada em 24 de março.
Total de casos confirmados de dengue até a semana fechada em 24 de março.

Wolbachia - O projeto, conduzido no País pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde está sendo realizado em parceria com administrações de várias cidades, como Campo Grande, Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR), Manaus (AM) e Petrolina (PE).

No dia 10 de dezembro de 2020, foi inaugurada biofábrica do Método Wolbachia em Campo Grande, estrutura que começou a produzir os wolbitos, como são chamados os mosquitos Aedes aegypti com a Wolbachia.

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

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