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Capital

Nas memórias de quem frequentou o Samambaia, uma vida de diversão

Clube era a "balada" preferida de quem morava na vizinhança, mais de 3 décadas atrás

Liniker Ribeiro | 25/08/2018 14:20
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Nilda Loureiro se emociona ao relembrar a história do clube fundado pelo marido (Foto: Paulo Francis)
Nilda Loureiro se emociona ao relembrar a história do clube fundado pelo marido (Foto: Paulo Francis)

O ano é 1998. Localizado em uma das ruas principais do Jardim Los Angeles, em Campo Grande, o Samambaia Cuntry Club reunia diversas famílias para festas e eventos aos fins de semana, além de servir de palco para competições, inclusive de futebol. No local, até quem não era conveniado partia para o tradicional "jeitinho brasileiro" para poder aproveitar tudo o que as instalações do clube ofereciam.

"Nessa época eu tinha entre 17 e 19 anos, me lembro de pular o muro com minha amiga e nossos namoradinhos para tomar banho de piscina", revela a diarista Rosângela da Cruz Lopes, de 37 anos. "Era lá que a gente passava as tardes mais quentes. Um lugar lindo, todo gramado, com churrasqueira, campo de futebol e uma fonte maravilhosa", lembra.

Mas quem viveu na região, ou então vinha a pé de outros bairros para se divertir no local, lembra com carinho dos momentos especiais. Aniversários, casamentos, bailes de 15 anos... até mesmo times de futebol chegaram a treinar nas dependências do Samambaia. Inclusive o Cene, antes da sede ser construída a quadras de distância dali.

Imagem retrata sede do clube nos seus primeiros anos (Foto: Reprodução)
Imagem retrata sede do clube nos seus primeiros anos (Foto: Reprodução)
Festas eram cheias e hoje permanecem na recordação (Foto: Paulo Francis)
Festas eram cheias e hoje permanecem na recordação (Foto: Paulo Francis)

"É uma tristeza ver que acabou tudo aquilo. Perdi as contas de quantas vezes, mesmo que escondido, eu estive no clube. Mas foi uma época boa, que eu sinto falta", completa Rosângela.

Conhecido por quase todos os que moravam em Campo Grande, o clube até hoje serve como referência para os mais antigos. "Quando eu preciso explicar para alguém como chegar em casa, falo logo, vem pela Cafezais, aquela do Clube Samambaia", revelou seo Antônio Cristaldo, de 57 anos.

Sucesso no fim dos anos 80 e na década de 90, o espaço onde o clube funcionava hoje é ocupado por familiares do fundador, Adir Loureiro Maciel. Pessoas como dona Nilda Loureiro de Almeida, de 65 anos, viúva de Adir, que também guarda na memória bons momentos vividos ao lado do marido.

"Era exatamente do jeito que ele havia planejado. Um lugar lindo, tenho cada lembrança das festas que fizemos aqui", diz Nilda. Entre os momentos felizes, nem mesmo a invasão dos adolescentes 'rebeldes' foi esquecido. "Nada impedia os jovens de pular o muro e entrar na piscina. Isso porque tinha uma grade enorme ainda até que eles conseguiam acessar o espaço. E não adiantava nem chamar a mãe, porque eles sempre voltavam", confessa.

O fim de tudo - A morte do fundador, após um infarto, em 2000, deu início ao processo que acabou contribuindo para que o local fechasse as portas. "Os filhos do primeiro casamento do meu marido até tentaram administrar o clube, mas em 2005 acabou tudo", conta Nilda.

Ainda segundo ela, o clube chegou a ter aproximadamente 5 mil sócios cadastrados e ajudou a trazer melhorias para o bairro. "Quando começamos não tinha nem asfalto aqui. Só depois o prefeito da época trouxe esse benefício para o lugar", revela.

As lembranças ficam ainda mais sentimentais quando Nilda encontra fotos da época. "Não me canso de olhar. Era tão lindo. Cheio de gente, de árvores, muitas mangueiras em um mesmo espaço". Hoje, a frente da casa da família já não é a mesma dos anos de glória do clube. O espaço deu lugar para um pequeno comercio, onde a aposentada vende roupas, comidas e diversos outros utensílios. "Faz um ano, aproximadamente, que eu abri essa venda. Serve para complementar a renda e também para não ficar parado", finaliza.

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