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Capital

No 1° dia, crianças superam medo e dão lição sobre importância da vacina

Nesta manhã, a USF São Benedito foi a escolhida para ser o “marco zero” e abrir a vacinação infantil

Geisy Garnes e Caroline Maldonado | 15/01/2022 09:47
Vitor foi um dos primeiros a se vacinar e afirmou que não sentiu nenhuma dor. (Foto: Henrique Kawaminami)
Vitor foi um dos primeiros a se vacinar e afirmou que não sentiu nenhuma dor. (Foto: Henrique Kawaminami)

A vacinação da USF (Unidade de Saúde da Família) São Benedito começou diferente neste sábado (15), em Campo Grande. Na fila de espera, público bem mais novo do que o visto nos meses anteriores da campanha contra a covid-19. Ao lado dos pais, crianças de várias idades aguardavam para receber pela primeira vez a imunização contra a doença causada pelo coronavírus.

A USF São Benedito fica no Bairro Portal do Gramado e atende as famílias que vivem na comunidade quilombola Tia Eva. Nessa primeira etapa de imunização do público infantil, crianças quilombolas e com comorbidades foram definidas como prioridade da campanha, por isso, a unidade foi a escolhida para ser o “marco zero” da vacinação.

Para atrair a atenção do “novo público”, balões coloridos foram escolhidos para decorar toda a unidade. Cadeiras foram colocadas do lado de fora para acomodar as famílias que chegaram cedo para a vacinação.

Secretário de Saúde aplicou a primeira vacina ao lado do prefeito, que deu "ajuda moral" ao garotinho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Secretário de Saúde aplicou a primeira vacina ao lado do prefeito, que deu "ajuda moral" ao garotinho. (Foto: Henrique Kawaminami)

Enquanto a fila não andava, a ansiedade prevalecia entre os pequenos, principalmente, nos mais velhos. Vitor Gonçalves Silva, de 10 anos, foi o primeiro a receber a dose do imunizante da Pfizer e descreveu o alívio, apesar da picada no braço. “Não senti dor, eu estava um pouco ansioso, porque não podia mais esperar. Já tive tosse forte e fiquei com medo de ser covid, mas depois passou”, conta.

Com consciência, o menino saiu dando aula sobre a importância da vacinação contra o coronavírus. “Sei que a vacina ajuda todo mundo. Já morreu muita gente, temos que vacinar logo, para acabar com essa pandemia, mas tem gente que não quer vacinar, tem gente até que acha que vai pegar corona com a vacina e não é nada disso”, lembra.

Ao lado da avó, Guilherme da Silva Duarte, de 5 anos, contou que estava com medo de sentir dor, mas que sabia que tinha que vacinar. “Corona pega se não lavar as mãos, se não escovar os dentes, se colocar a mão na boca. Tem que limpar, se tiver sujo na escola, tem que limpar”, disse ao reproduzir as recomendações dos pais.

Enquanto a vacinação não começava, as crianças receberam álcool em gel para higenizar as maõs. (Foto: Henrique Kawaminami)
Enquanto a vacinação não começava, as crianças receberam álcool em gel para higenizar as maõs. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ao contrário, Guilherme, Mikaeli Martins Moraes, também de 5 anos, se distraiu com os balões e nem sequer lembrou da agulha da seringa. Enquanto aguardava sua vez ao lado da mãe, repetiu que era preciso lavar as mãos para não pegar covid. “Não queria vacinar não, mas acho legal”, admite.

Crianças com balões em fila de espera para a vacinação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Crianças com balões em fila de espera para a vacinação. (Foto: Henrique Kawaminami)

Já entre os pais, a preocupação com a saúde dos filhos era ainda maior que com eles mesmos.

Uma das primeiras pessoas a chegarem ao local foi a açougueira Adriana Nemes de Araújo. Ela aproveitou o sábado para levar a filha de 9 anos e os sobrinhos de 7 e 11, para receber a primeira dose da vacina contra a covid. “Na realidade, a vacina é muito boa para a saúde deles. Eu sei de uma pesquisa que mostrou que os indígenas e os quilombolas estão entre os que mais adquirem covid”, comentou sobre a prioridade no início da vacinação.

Francileia Martins de Carvalho, de 37 anos, não sabia das pesquisas, mas ainda assim, fez o cadastro da filha de 5 anos assim que soube da campanha. “É muito importante vacinar, porque logo ela vai voltar para a escola, o que é muito perigoso”. Na casa da babá, todos já foram se vacinar, inclusive, contra a gripe.

O técnico em enfermagem Odair Martins dos Santos também aproveitou a campanha perto de casa para levar a filha de 13 anos e o filho de 7 anos. “A comunidade vive em grupo, estamos sempre reunidas, então, não adiantaria os mais velhos vacinarem e as crianças ficarem vulneráveis”.

A USF São Benedito fica no Bairro Portal do Gramado e foi preparda para receber as famílias que vivem na comunidade quilombola Tia Eva nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
A USF São Benedito fica no Bairro Portal do Gramado e foi preparda para receber as famílias que vivem na comunidade quilombola Tia Eva nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

A campanha – O primeiro lote das doses pediátricas para a Capital chegou ontem (14), no final da tarde, e o município recebeu 4.310 doses. A meta é vacinar aproximadamente 90 mil crianças de 5 a 11 anos com ou sem comorbidades. Só que até a tarde de ontem, apenas 13.197 crianças já haviam sido cadastradas.

Os pais precisam fazer o pré-cadastro dos filhos pelo site http://vacina.campogrande.ms.gov.br. Os responsáveis também precisam estar presentes no ato da aplicação da vacina.

Todas as doses são da Pfizer, que contém dosagem diferente para crianças, se comparada com a vacina de adultos. No frasco laranja, destinado para este público, são 10 doses de 10 microgramas, enquanto no roxo, que é para adolescentes e adultos, são 6 doses com 30 microgramas. Da mesma forma que a vacina dos adultos, a das crianças também deve ser aplicada duas vezes.

Confira abaixo os locais e horários de vacinação:

Centro 

Seleta – 10h às 17h

Unidades de saúde 10h às 17h

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