No retorno a Hospital do Câncer, Adalberto Siufi ganhará 83% menos
Ao retornar ao Hospital do Câncer de Campo Grande, o que está previsto para acontecer amanhã, o médico Adalberto Abrão Siufi vai se deparar com uma nova realidade de remuneração financeira.
De acordo com o diretor-presidente do hospital, Carlos Alberto Moraes Coimbra, até então Siufi prestava serviço médico por meio de empresa, com rendimento mensal que ia de R$ 70 mil a R$ 100 mil.
Agora, a prestação do serviço será por pessoa física e, nesta modalidade, a remuneração mensal aos médicos varia de R$ 5 mil a R$ 17 mil, conforme os procedimentos que realiza. Levando em consideração os dois maiores valores: R$ 100 mil e R$ 17 mil, a redução chega a 83%.
“Ele garantiu o direito de atender aos pacientes dele e tem até amanhã para se reapresentar ao hospital”, afirma Coimbra. Na última quarta-feira, o médico conseguiu decisão judicial para retornar ao corpo clínico. Até março deste ano, Adalberto Siufi era diretor-geral do hospital.
A nova direção vai recorrer e pedir que o juiz da 4ª Vara Cível de Campo Grande, Geraldo de Almeida Santiago, reconsidere a decisão. “Foi uma liminar e nós não fomos ouvidos. Vamos entrar com pedido de reconsideração, vamos tentar esse caminho”, explica Carlos Coimbra. Caso o pedido seja negado, o próximo passo será recorrer ao TJ/MS (Tribuna de Justiça de Mato Grosso do Sul).
De acordo com o advogado Renê Siufi, que defende Adalberto, o médico vai retornar amanhã para o Hospital do Câncer.
Histórico - No dia 19 de março, a operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal), apreendeu documentos na casa de Adalberto Siufi e no Hospital do Câncer. Em seguida, ele foi afastado da direção pelo Conselho Curador. No dia 8 de maio, Siufi também teve que deixar as funções de médico.
Para a defesa, o afastamento foi irregular, afrontando ordenamento jurídico e o regimento interno da Fundação Carmem Prudente, mantenedora do hospital, e regimento do próprio HC.
Como argumento, Adalberto Siufi usou o fato de ter sido afastado em reunião extraordinária no dia 7 de maio, o que contraria o regimento, que aponta que qualquer membro do corpo clínico suspeito de infração tem de passar por sindicância de 30 dias antes de qualquer medida.