Novo julgamento de réu por assassinato de segurança é suspenso
Cristhiano Luna deveria ir a júri no dia 27 deste mês, mas um recurso do MPMS ao Supremo Tribunal Federal fez a data ser cancelada
O julgamento do assassinato de Jéferson Bruno Escobar, o Brunão, foi mais uma vez suspenso pela justiça. Réu pelo crime, Cristhiano Luna de Almeida, de 31 anos, deveria ir a júri pela segunda vez no dia 27 deste mês, mas um recurso feito pelo Ministério Público ao STF (Supremo Tribunal Federal) fez o juiz Aluízio Pereira dos Santos, 2ª Vara do Tribunal do Júri, cancelar a nova data.
Cristhiano foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato, em 27 de novembro de 2017, mas teve o júri anulado por força de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal em agosto do ano passado. Na época, a defesa de Luna alegou a condenação “se deu de forma manifestamente contrária à prova dos autos”.
O novo julgamento então ganhou uma data, 27 de setembro de 2019, mas antes disso, o MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) recorreu à decisão que anulou o júri através de dois recursos - um especial e outro extraordinário. O primeiro recurso foi negado, mas o extraordinário foi admitido para analise do Supremo.
Se aceito, o recurso faz a condenação de Cristhiano ser restabelecida e por isso o juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou a retirada do novo júri da pauta. “Portanto, prejudicial à análise do mérito quanto à realização de um novo júri. Posto isto, retiro de pauta o julgamento que estava marcado para o dia 27 de setembro de 2019, até a análise do recurso extraordinário pelo STF”, decidiu.
Entenda - Brunão foi morto em março de 2011, ao tentar tirar Cristhiano Luna de dentro da casa noturna em que trabalhava como segurança após uma briga generalizada. Toda a cena foi gravada por câmeras de segurança do local.
Antes de ir a júri popular, Luna aguardava o veredito em liberdade, mas voltou a ser preso em 30 junho de 2017, depois de ser flagrado em um bar do Shopping Campo Grande, descumprindo assim uma das medidas impostas pela Justiça a ele, de não sair à noite, nem beber.
O primeiro julgamento aconteceu seis anos depois do crime. Insatisfeita com o resultado do júri, a defesa recorreu e a pena foi reduzida para 14 anos, 11 meses e 15 dias de prisão por homicídio duplamente qualificado. Mais uma vez a defesa alegou irregularidades no processo e conseguiu a anulação do julgamento.
Cristhiano já foi condenado a dois anos e seis meses de reclusão por ter agredido gravemente um homem, no Parque de Exposições de Campo Grande, em 2009. No mês passado foi para a prisão domiciliar e desde o dia 8 de julho é monitorado por tornozeleira eletrônica.