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Capital

OAB pede revogação de prisão e diz que advogado se apresenta na 2ª feira

Alvo de operação do Gaeco, advogado relata que é perseguido por seu exercício profissional

Aline dos Santos | 28/09/2019 09:32
Garras foi à residencial no Jardim São Bento, onde mora empresário Jamil Name. (Foto: Henrique Kawaminami)
Garras foi à residencial no Jardim São Bento, onde mora empresário Jamil Name. (Foto: Henrique Kawaminami)

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) pede ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) a revogação da prisão temporária do advogado Alexandre Gonçalves Franzoloso, que é alvo da operação Omertà e suspeito de usar a condição profissional para impedir que investigação sobre execuções chegasse a empresários apontados como líderes de organização criminosa. 

Em habeas corpus, protocolado às 19h56 de ontem, data da operação, a entidade informa que o advogado estava em trânsito por conta de compromissos, mas está disposto a colaborar com a entrega do aparelho celular e se apresentar na segunda-feira (dia 30) no local indicado pela autoridade. Também foi solicitado que o habeas corpus tramite sob sigilo.

No pedido de assistência encaminhado à OAB, o advogado, que atua na defesa de ex-guardas municipais apontados como membros de grupo de extermínio, relata que é perseguido por seu exercício profissional, numa criminalização da advocacia.

O advogado teria orientado uma testemunha chave que não informasse à investigação sobre o envolvimento de Marcelo Rios, seu marido e então guarda municipal, com o grupo de extermínio que seria  chefiado pelos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, ambos presos. Rios foi a primeira prisão do caso. Ele foi flagrado com arsernal de guerra em 19 de maio. 

Neste sábado (dia 28), a presidente da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados, Silmara Salamaia Gonçalves, disse que a OAB está adotando providências para preservar as prerrogativas do advogado. Ontem, o advogado informou que estava no Rio de Janeiro.

A operação foi realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), força-tarefa da Polícia Civil que investiga execuções na Capital, Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) Batalhão de Choque e Bope. Omertà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio.

As buscas em 21 endereços levaram à apreensão de documentos, computadores e R$ 160 mil em dinheiro. Também foram recolhidos pelas equipes cheques em nome de terceiros, armas dos calibres 38, 22 e 12, munições, aparelhos celulares, inclusive os conhecidos como “bombinhas”, que são descartados após o uso.

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