Obras do PAC pararam com 38% de execução e fim custa R$ 54 milhões
Com 38% da obras executados mesmo passados cinco anos, a urbanização do entorno dos córregos Bálsamo, Segredo e Taquaral depende de R$ 54 milhões.
De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, esse é o valor atualizado para conclusão dos projetos.
Sem ter dinheiro disponível para a contrapartida das obras do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), a prefeitura pede à Câmara Municipal autorização para empréstimo de R$ 14 milhões com a Caixa.
Em geral, a contrapartida para receber recursos do governo federal é de 10%. Porém, segundo o secretário, nestes contratos a administração municipal aceitou desembolsar 22% do valor total. “Se conseguir aprovar, vamos retomar ainda esse ano”, afirma o secretário.
Na região do bairro Itamaracá, entorno do córrego Bálsamo, o sonho de ver um complexo viário onde já foi estrada boiadeira segue encoberto pelo pó.
“Meu pai comprou um imóvel porque ia sair uma avenida. Teria valorização por causa do asfalto. Mas até agora, nada. A gente sofre muito com a poeira e quando chove vira um brejo”, conta a estudante Paola Lorraine, 18 anos.
Pontos em que passaria o asfalto viraram área de descarte de lixo na rua Martine de Morães. “Rapaz, quero saber onde foi parar o dinheiro dessa avenida”, reclama Emerson Moreira da Silva, 28 anos, que mora no Itamaracá há cinco anos.
O aposentado Antônio Santana, 64 anos, mora no bairro há quase três décadas e relata que o cenário de mato se modificou muito pouco. “É muito abandonado, entristece quem mora aqui”, diz.
O plano era abertura de uma avenida entre o macroanel rodoviário e a avenida Guaicurus, próximo do Museu José Antônio Pereira. Ao ser lançado em 2012, o projeto incluía 12,5 quilômetros de pavimentação, 11,7 quilômetros de drenagem, ciclovia, centro de triagem de recicláveis, quatro quadras poliesportivas, centro comunitário e pórticos na entrada da obra.
Com 18 quilômetros de extensão, o córrego Bálsamo nasce no bairro Rita Vieira, no cruzamento da Três Barras com a linha férrea, e vai até o córrego Lageado.
Em 2001, um descarrilamento de nove vagões da então Novoeste provocou o maior desastre ambiental do município. Na ocasião, 40 mil litros de óleo diesel vazaram.
Na região do Segredo, a construtora desistiu e rescindiu o contrato que previa a ligação da avenida Heráclito Figueiredo à região do Nova Lima.