Oito meses depois da tragédia do Mandela, outra comunidade é vítima do fogo
“As pessoas começaram a correr, ajudando os bombeiros com baldes, foi desesperador”, diz morador
Oito meses depois da tragédia do incêndio na Comunidade do Mandela, o fogo fez nova vítima: a aldeia urbana Água Bonita. Localizadas em Campo Grande, ambas compartilhavam o mesmo perigo: abundância de material inflamável nos barracos.
No Bairro Tarsila do Amaral, a aldeia urbana sofreu na tarde de sexta-feira (dia 26) com o incêndio. Os moradores relataram que um homem ateou fogo numa mata próxima das casas. Dez barracos foram queimados.
“Todo mundo ficou assustado. Ninguém imaginava que ia acontecer isso. Mas o fogo começou a espalhar muito rápido. As pessoas começaram a correr, ajudando os bombeiros com baldes, foi desesperador”, diz o pedreiro Cleilton Paz Medina, 27 anos. Ele, que estava sozinho em casa, conta que a prioridade foi salvar os cachorros e retirar a moto.
Há 25 anos na aldeia, Laucídio Nelson, 54 anos, afirma que foi a primeira vez que incêndio destruiu os barracos, além da devastação da mata. “Acabou com a nossa vida. Essa mata é tudo para nós, queremos mudas, plantar de novo”, afirma.
Luiz Francisco Coelho, 65 anos, não perdeu a casa, mas se solidariza com os vizinhos. “Tem um pessoal que perdeu tudo. Espero que tirem as pessoas da beira da mata”.
Ao todo, 700 famílias das etnias terena, kadiwéu e guarani-kaiowá moram no local. De acordo com o superintendente da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Artêmio Miguel, foram acolhidas 10 famílias, num total de 47 pessoas.
Dois bebês de seis meses e uma idosa de 85 anos precisaram ser hospitalizados devido a grande quantidade de fumaça inalada.
Em novembro – No dia 16 de novembro de 2023, o fogo destruiu barracos na Comunidade do Mandela, no Bairro Izabel Garden. Eram 187 barracos, mas a maioria foi consumida pelo fogo.
Na ocasião, moradores se mudaram para tendas improvisadas oferecidas pelo Exército e a Prefeitura de Campo Grande. O grupo recebeu assistência do poder público e várias ações solidárias se espalharam pela cidade. No mês passado, famílias começaram a ser transferidas para casas populares.
As 187 famílias serão realocadas em cinco bairros diferentes: José Tavares; Jardim Talismã; Oscar Salazar; Iguatemi I e II.
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