Operação sigilosa transferiu 7 líderes de facção para presídio da Capital
Membros de FDN, quadrilha que organizou e executou massacre em presídio do Amazonas, irão para o regime diferenciado em MS
Sete líderes da FDN (Família do Norte), facção criminosa que atua no Amazonas e uma das maiores rivais do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram transferidos ao todo pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) ao Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande ao longo da última semana, em operação de escolta de grande porte, revelada pelo Campo Grande News.
Segundo o Depen, esses detentos, que não tiveram o nome revelado, estavam cumprindo pena no presídio federal de Porto Velho (RO) e foram transferidos ao Estado para que sejam inclusos no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) junto do líder da quadrilha, o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, 44 anos.
Em março de 2016, o Ministério Público do Amazonas descobriu que Barbosa ordenou, de Campo Grande, a morte de pelo menos 11 ex-aliados que teriam entrado no programa de delação premiada da Operação La Muralla, que prendeu 17 líderes da FDN.
Barbosa, aliás, também é investigado de ter dado a ordem para a chacina ocorrida em presídio do Amazonas no começo deste ano, onde membros da FDN executaram integrantes do PCC. Desde o ocorrido que o governo amazonense transferiu para tutela federal a responsabilidade por mais de 60 presos.
Os agentes penitenciários não confirmam, mas os sete novos detentos de Campo Grande seriam os homens investigados e presos pela Polícia Civil amazonense logo após o massacre, acusados de serem os interlocutores de Barbosa com os comparsas de seu estado.
Um dos ‘funcionários’ de Barbosa que volta a Campo Grande é Erik Leal Simões, 29, que já ficou preso quatro meses em Mato Grosso do Sul por tráfico e tinha obtido o direito ao regime-aberto em Manaus na Justiça.
O Depen havia informado por nora que foram feitas 18 devoluções de internos que estavam no SPF (Sistema Penitenciário Federal) para seus estados de origem.
Sete detentos que estavam no regime diferenciado em Campo Grande foram para os outros presídios federais, mas o órgão não revelou nomes e locais de destino.