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Capital

Para fugir de bloqueio, passageiros pegam malas e seguem viagem a pé

Manifestantes cobram solução após corte de energia elétrica clandestina no Jardim Centro-Oeste

Gabriel Neris e Clayton Neves | 11/07/2019 16:24
Passageiros desistem de esperar e seguem viagem a pé na BR-163 (Foto: Clayton Neves)
Passageiros desistem de esperar e seguem viagem a pé na BR-163 (Foto: Clayton Neves)

Passageiros que estavam nos ônibus de turismo afetados pelo congestionamento no anel viário de Campo Grande decidiram pegar as malas e seguir a viagem a pé. O trecho foi bloqueado por moradores do Jardim Centro-Oeste, atingidos pelo corte de energia elétrica clandestina na manhã desta quinta-feira (11).

A publicitária Raiane Marques, de 22 anos, conta que a intenção inicial era chegar até a rodoviária, mas que fica satisfeita chegando ao início do bloqueio, onde tentará pedir o serviço de motorista de aplicativo. Ela comentou que o ônibus que estava partiu de Ponta Porã e tinha a Capital como destino e que ficou presa uma hora na BR-163. “Viemos na sorte”.

Apesar de ter sido atingida diretamente com a manifestação, a mulher afirma que está do lado da comunidade. “O manifesto é um direito público, estão no direito deles”.

Gabrielly da Silva, de 23 anos, relatou que saiu de Ponta Porã e tinha como destino Tocantins. Às 15h20 tinha outra passagem marcada, porém teve que entrar em contato com a empresa avisando que não chegaria a tempo. A solução vai ser pagar taxa de R$ 33 para ser encaixada em outro ônibus, porém só amanhã. “Mesmo que tenha constrangimento, tem mais que fazer manifestação mesmo”, disse a jovem.

O caminhoneiro Celso Nunes de Oliveira, de 43 anos, conta que está carregando maquinas agrícolas. Ele saiu de Curitiba e seguia viagem para Matupá-MT. A previsão era chegar sábado pela manhã ao destino final, entretanto acredita que só conseguirá finalizar a viagem na segunda-feira à tarde.

Celso é o primeiro afetado pelo bloqueio. “Fui azarado e mais um monte que ficou para trás”, brinca. O caminhoneiro afirmou que quando percebeu o início do protesto, até conseguiria atravessar o trecho, mas ficou com medo de sofrer retaliações e decidiu esperar. “Não adianta fazer protesto aqui”, reclama.

Já Maria Joana da Conceição, de 65 anos, estava no ônibus do transporte coletivo que faz a linha Terminal Guaicurus/Anhanduí. Ela lamenta que tenham muitas crianças e idosos debaixo do sol forte. “Tem que protestar mesmo, mas não temos nada a ver com isso”, esbraveja.

Representantes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Defensoria Pública estão no local tentando convencer os manifestantes a liberaram o tráfego de veículos, porém eles seguem irredutíveis. São cerca de 550 pessoas estão na região com barricadas. Somente veículos de emergência foram autorizados a passar. 

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