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Capital

Parque sem quebra-molas é pedido de ciclistas e bichos terão “faixa de patinhas”

Há solicitação de mais um radar para evitar que trecho do Parque dos Poderes vire “rota de fuga”

Aline dos Santos | 08/04/2022 11:07
Além de placas sobre animais silvestres, asfalto vai receber pintura especial alertando para bichos. (Foto: Marcos Maluf)
Além de placas sobre animais silvestres, asfalto vai receber pintura especial alertando para bichos. (Foto: Marcos Maluf)

Formado por quatro vias, que homenageiam um poeta e três desembargadores, o Parque dos Poderes, área verde de Campo Grande que passa pela primeira obra em 39 anos, segue a sina de tentar se equilibrar entre pessoas e bichos.

Os 110 mil metros de asfalto novo ficaram sem quebra-molas, tradicional redutor de velocidade, a pedido dos ciclistas que treinam em alta performance; já a travessia de quatis, antas e capivaras será sinalizada no pavimento com uma pintura toda especial: saem os tradicionais retângulos das faixas de pedestres e entram marcadores em formato de patinhas de animais.

Com 255,3 hectares, sendo 75,64% área de reserva (193 hectares), o parque terá somente quatro conjuntos de dispositivos eletrônicos de controle de velocidade, apesar de a maioria dos condutores ignorar as placas de 50 km/h (quilômetros por hora). Nas três lombadas e um radar, o limite cai para 30 km/h. Segundo o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), os dispositivos devem ser ativados ainda neste mês.

Um quinto equipamento foi solicitado para ser instalado na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha. O objetivo é evitar que trecho sem monitoramento eletrônico – onde se localizam os prédios da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) e PGE (Procuradoria-Geral do Estado) - vire pista de corrida e rota de fuga dos condutores.

Os eletrônicos estão na Avenida do Poeta (próximo ao posto de combustível), em frente à Governadoria, em frente ao TJ e próximo à Seinfra (Secretaria de Infraestrutura).

De acordo com a diretora de Infraestrutura Urbana da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Zuleide Simabuco Higa, o projeto de revitalização foi discutido com moradores do entorno do Parque dos Poderes, frequentadores e representantes do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

Placas do Projeto Quapivara, que mapeia travessia de animais, foram espalhadas pelo parque. (Foto: Marcos Maluf)
Placas do Projeto Quapivara, que mapeia travessia de animais, foram espalhadas pelo parque. (Foto: Marcos Maluf)

“Quebra-molas é um instrumento que para quem faz ciclismo não funciona. Eles vieram pedir, pelo amor de Deus, para não colocar quebra-molas. Por isso, também a gente optou por colocar o radar”, afirma a diretora.

O parque recebeu uma ciclovia de 11 mil metros, mas ela é destinada para quem circula sobre duas rodas em velocidade mais baixa, como os que se deslocam para o trabalho e famílias que passeiam com crianças.

“A ciclovia foi pensada para um tipo de usuário diferenciado, que é a família que vem no final de semana com os seus filhos para passear no parque e trabalhadores que fazem o trajeto Mato Grosso/Afonso Pena”, diz Zuleide Higa.

A ciclovia já foi quase toda executada (faltam 100 metros) e tem piso intertravado, que mantém a permeabilidade da água. “O mais indicado para o meio ambiente, porque é permeável, deixa o solo absorver a chuva.”

Na travessia de pessoas, mais um ponto terá faixa elevada: em frente ao Ceinf Zedu (Centro de Educação Infantil José Eduardo Martins Jallad), na Avenida Presidente Manoel Ferraz de Campo Sales.

Há solictação para instalar radar na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha. (Foto: Marcos Maluf)
Há solictação para instalar radar na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha. (Foto: Marcos Maluf)

Quapivara – Para a fauna, um levantamento do Quapivara, projeto liderado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), apontou os locais com mais travessia de bichos.

A exemplo de rodovias, placas já alertam os condutores sobre a presença de animais silvestres. Para reforçar a mensagem, faixas com patinhas serão pintadas no asfalto. As travessias serão sinalizadas em breve.

“Quando a gente começou a fazer o projeto de sinalização, pegamos o estudo e repassamos para o Detran. Nesse levantamento do Ministério Público, eles mapearam onde tinha maior incidência de travessia de bichos. Colocamos as placas e no chão vai ter uma advertência de patinhas”, explica a diretora.

Pelo parque, também foram espalhadas placas do projeto Quapivara (junção de quati e capivara). Quem avistar animais deve enviar a localização por meio de WhatsApp (67) 98478-2014. A partir das informações repassadas por meio do aplicativo, os dados são georreferenciados.

Outro cuidado foi com as cercas, que permitirão a circulação dos animais. O trabalho foi coordenado pelo Imasul. As proteções no entorno da mata têm menos fios por onde passam antas, quatis e capivaras. No “quintal” da Agesul, passeia uma jiboia. A previsão é de que a obra do Parque dos Poderes seja entregue em maio.

“A ciclovia foi pensada para um tipo de usuário diferenciado", afirma Zuleide Higa. (Foto: Marcos Maluf)
“A ciclovia foi pensada para um tipo de usuário diferenciado", afirma Zuleide Higa. (Foto: Marcos Maluf)


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