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Capital

Perícia não confirma falha em semáforo em acidente com morte na Salgado Filho

Acidente aconteceu em fevereiro, quando motociclista Matheus Rocha teve perna decepada e morreu no local

Silvia Frias | 27/04/2022 10:13
Foto do local feita pela perícia mostra semáforos e marcas de frenagem no cruzamento. (Foto: Reprodução)
Foto do local feita pela perícia mostra semáforos e marcas de frenagem no cruzamento. (Foto: Reprodução)

Perícia realizada no semáforo do cruzamento da Avenida Salgado Filho com Rua Guia Lopes não foi conclusiva sobre o funcionamento do aparelho no momento do acidente em que morreu Matheus Frota da Rocha, 27 anos, na madrugada de 28 de fevereiro deste ano.

A morte do rapaz aconteceu na colisão envolvendo a moto dele e a Mercedes-Benz conduzida pelo comerciante Carlos Hugo Narajo Alvarez, 32 anos. O impacto foi tão forte que a perna esquerda de Matheus foi decepada e o rapaz morreu no local.

Alvarez, colombiano radicado em Campo Grande, fugiu sem prestar socorro. Foi preso no mesmo dia, às margens da MS-080, próximo de Rochedo, depois que o carro parou, por falha mecânica ou falta de gasolina. Hoje, responde ao processo em liberdade.

Moto de Matheus fotografada pela perícia. (Foto: Reprodução)
Moto de Matheus fotografada pela perícia. (Foto: Reprodução)

O pedido da perícia no semáforo foi feito durante a audiência na Justiça, realizada no dia 6 de abril. A defesa contestou um trecho do laudo da Polícia Civil feito no local do acidente e emitido no dia 30 de março.

Nele, consta que o semáforo estava “em pleno funcionamento”. A defesa solicitou que fosse encaminhado pedido de informações à concessionária Energisa para atestar se havia energia elétrica na hora da colisão.

Em complemento, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Juri, Carlos Alberto Garcete, também pediu esclarecimentos sobre a observação sobre o pleno funcionamento, devendo ser informado se o sinal estava no modo verde/vermelho ou intermitente no momento da colisão.

Esta complementação foi anexada ao processo no dia 13 de abril. O Núcleo de Perícias Externas esclareceu que o perito “não teceu considerações sobre o estado de funcionamento do equipamento semafórico no momento da colisão”, mas referia-se quando o exame pericial foi feito no local, horas depois do acidente.

Segundo laudo, não havia elementos no momento da confecção do laudo para esta avaliação. Também não tem como determinar com precisão as velocidades.

Carlos Alvarez durante audiência na Justiça, dia 6 de abril (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Carlos Alvarez durante audiência na Justiça, dia 6 de abril (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

A perícia concluiu que há câmeras de segurança no local que podem auxiliar e dar resposta ao questionamento, que também pede esclarecimentos se o sinal estava verde, vermelho ou intermitente. Alegou que houve excesso de velocidade como agravante e que um dos veículos não teria respeitado a sinalização.

No processo, também consta o ofício encaminhado à Energisa, com data de 13 de abril, concedendo prazo de 5 dias para que a concessionária responda se havia energia elétrica no semáforo, no momento do acidente.

Denúncia – O colombiano foi denunciado por homicídio doloso (quando se assume o risco de matar) cometido contra Matheus da Rocha e tentativa de homicídio contra Samira Ribeiro dos Santos, passageira da moto e mulher da vítima.

Samira sofreu fratura no pé esquerdo e trauma na face. Recebeu alta hospitalar, mas ainda está em reabilitação por conta da gravidade do caso. Na audiência, foi determinado que o colombiano pague R$ 800 mensais de pensão para a jovem.

Samira sobreviveu ao acidente e ainda está em recuperação. (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Samira sobreviveu ao acidente e ainda está em recuperação. (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

Para a acusação, o colombiano agiu com dolo eventual, “uma vez que estava ciente do perigo concreto de acidente com o seu veículo automotor ao dirigi-lo em alta velocidade, sob estado de embriaguez, além de desrespeitar a sinalização semafórica de parada obrigatória, vindo a colidir com a motocicleta na qual estavam as vítimas, de modo que assumiu o risco de ceifar as suas vidas”.

Ao ser preso, Alvarez passou por teste de alcoolemia, atestando índice de 0,3 mg/L (três décimos de miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões).

Após apresentar versão de que fugia de assaltantes, o comerciante confessou que havia passado a noite bebendo com amigos em Campo Grande e estava voltando para casa naquela madrugada. Nega que estivesse em alta velocidade e entrou em contradição sobre a sinalização: disse que não viu o sinal vermelho e, depois, atestou que estava verde para ele.

No cruzamento da Salgado Filho, disse ter sentido uma batida forte, mas ficou assustado e com medo, por esse motivo, decidiu não parar.

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