PM e MP apuram condutas de policiais e procurador na cena de acidente fatal
Carro que atropelou Verônica Fernandes, de 91 anos, na avenida José Nogueira Vieira, foi retirado do local antes da chegada da perícia
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul e a PM (Polícia Militar) informaram que vão abrir investigações internas para apurar, respectivamente, as condutas do procurador de Justiça Gilberto Robalinho da Silva e dos policiais militares na cena do acidente fatal na avenida José Nogueira Vieira.
O Fiat Uno branco usado pela mulher do servidor do MPMS, Cirlene Lelis Robalinho, de 48 anos, foi retirado do local a ocorrência antes da chegada da perícia. A motorista atropelou e matou Verônica Fernandes, de 91 anos, no início da tarde desta quarta-feira (14).
A equipe de reportagem do Campo Grande News presenciou o momento que o marido da condutora do carro, o procurador de Justiça, ordenou a um homem que estava com ele, que retirasse o veículo do local, antes mesmo da chegada da equipe do BPTran (Batalhão da Polícia Militar de Trânsito). Familiares da vítima que estavam no local se revoltaram com a situação.
Na manhã desta quinta-feira, chegou para a reportagem a informação de que os primeiros PMs a chegarem no local do acidente teriam autorizado a retirada do veículo, fato que descaracteriza a cena do crime de trânsito.
O procurador-geral Paulo César dos Passos informou à reportagem que já determinou a abertura de um procedimento administrativo. “Encaminhei a notícia do fato para a corregedoria adotar as providências que entender cabíveis no plano disciplinar”.
Por meio da assessoria de imprensa, a PM informou que a Corregedoria também deve abrir investigação.
A delegada Célia Maria Bezerra, da 5ª delegacia de Polícia Civil, já havia dito ontem que vai apurar porque o cenário do acidente não foi preservado.
O acidente – O acidente aconteceu por volta das 13h de ontem, na avenida José Nogueira Vieira, esquina com a Maria do Carmo Ferro, Bairro Dalva de Oliveira – região leste de Campo Grande.
De acordo com informações de testemunhas, três pessoas, incluindo a idosa, estavam caminhando pela calçada, quando um carro desgovernado atropelou uma delas e a arrastou por alguns metros. A vítima morreu na hora.
O marido da motorista responsável sustentou no local do acidente que a mulher passou mal ao volante, mas testemunha disseram que ela estava no celular.