Prefeita é taxativa sobre reajuste aos professores: "não temos condições"
De braços cruzados, educadores esperam 10.39% de aumento
Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), foi taxativa ao afirmar que não tem condições de ceder os 10,39% de reajuste aos professores e ressaltou, sem citar nomes, que a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) e o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) sabiam que não havia limite prudencial para firmar o acordo de aumento escalonado, feito em março deste ano.
"A lei quando ela foi instituída, discutida, entre a ACP e o antigo gestor, todos tinham conhecimento de que a Prefeitura se encontrava no limite prudencial e ali foi tomada a decisão", disse na manhã desta terça-feira (6), durante cerimônia de posse do novo secretário municipal de Saúde, Sandro Benites.
"E a mesma lei que dá o aumento, ela tem uma restrição que diz que somente será concedido o aumento de 10.39% quando o limite prudencial estiver baixo. Hoje ele está em 57.1%", completou. Ela garante que todos os dias toma atitudes para reduzir este percentual, justamente para atender o pleito dos professores. Mas ressalta que na atual conjuntura isso não é possível.
"O município não tem condições agora no momento, esse ano, de dar esse aumento", explicou. A mandatária alega que o que poderia ser feito de imediato seria conceder os 4.78% e o auxílio alimentação de R$ 400, como foi proposto na semana passada e rejeitado pela categoria.
Sobre dialogar com os professores, explicou que está aberta para recebê-los, no entanto, já o fez antes da paralisação e agora vai aguardar a próxima sexta-feira (9), data marcada para o fim da greve, para analisar a situação. "Porque a proposta que o Município poderia cumprir é a que foi feita". Questionada se há dinheiro em caixa, ela voltou a falar, "para cumprir 10,39% não".
Pouco antes, na Câmara Municipal, o presidente da ACP, Lucílio Nobre, ocupou a tribuna para pedir ajuda aos vereadores na intermediação da conversa com o Executivo. Segundo ele, desde sexta-feira (2), quando a greve foi iniciada, há tentativa de diálogo, porém sem sucesso. Mesmo com todo argumento dado pela Prefeitura, Lucílio diz que a greve não deve acabar até que os 10,39% saiam do papel.
"Porque 4,78% não é aumento, é reposição. Queremos o que está na lei, o fim da greve não depende da gente, depende da prefeita, assim que ela anunciar os 10,39% a gente imediatamente faz assembleia e para a greve. Agora, piso zero, nunca mais".
Em resposta ao apelo da categoria, o presidente da Casa de Leis, Carlos Borges (PSB), se comprometeu em falar diretamente com Adriane. "Estou mandando mensagem para ela agora. Vamos buscar intermediar sim, eu vou estar presente", finalizou.