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Capital

Prefeito anuncia 22 casos de coronavírus e deve fechar aeroporto de Campo Grande

Marquinhos também reclamou do desrespeito ao toque de recolher e avisou que pode dimunir horário de 22h para 20h

Ângela Kempfer | 24/03/2020 16:17
A guarda Ana Paula e o prefeito Marquinhos Trad durante pronuncimento hoje à tarde.
A guarda Ana Paula e o prefeito Marquinhos Trad durante pronuncimento hoje à tarde.


Ao  lado de servidora da Guarda Municipal, Ana Paula, o prefeito Marquinhos Trad começou a conversa com a população de Campo Grande na tarde de hoje via Facebook, agradecendo apoio de vários profissionais, reclamando de quem não cumpre as regras contra a pandemia e anunciando 22 casos de coronavírus só em Campo Grande, 3 a mais que o número oficial registrado até ontem (23).

Ele também aproveitou para lançar uma enquete: "Você acha que devemos fechar o aeroporto?". Em pouco tempo  veio a resposta: "a maioria esmagadora disse sim", anunciou em 15 minutos de "enquete".

Nesta terça-feira o STF decidiu que governadores e prefeitos têm poderes para restringir a locomoção em estados e municípios.  O ministro Marco Aurélio Mello sustentou a decisão diante da pandemia por coronavírus. Agora, os prefeitos podem, por exemplo, fechar aeroportos, assim com portos e rodovias, desde que temporariamente. "Vamos fazer análises técnicas...talvez amanhã a gente venha com essa grande decisão é o fechamento dos aeroportos."

Marquinhos puxou a orelha de donos de lanchonetes e bares que continuam abertos depois do toque de recolher. Apenas postos de combustíveis, unidades de saúde e farmácias têm autorização para permanecer funcionando após 22h, antes disso, qualquer setor de alimentação ou igreja só pode reunir, no máximo, 20 pessoas, desde que nenhum tenha mais de 60 anos.

O prefeito reclamou de muitos que insistem em desrespeitar as regras. "Estamos com quase 50 viaturas fazendo rondas. Já fechamos 55 estabelecimentos e abordamos mais de 181 pessoas nesse tempo de toque de recolher", informou.

Marquinhos lembrou que a “vacina” contra a doença é o isolamento. "Permaneçam nas suas casas", apelou.

O prefeito também falou do primeiro dia de fechamento da rodoviária de Campo Grande. "Hoje tinha uma empresa que queria trazer passageiros e deixar em Campo Grande. Mesmo com decreto que proíbe o embarque e desembarque. Vejam só, 90% das pessoas que chegam aqui são de São Paulo e  a maioria dos mortos pela doença é de lá. De 36 mortes no Brasil, 30 são de São Paulo".

Marquinhos agradeceu aos prestadores de serviços essenciais, que "estão arriscando a vida pelo bem estar dos campo-grandenses". Citou médicos, agentes de saúdes públicos ou privados, coletores de resíduos, entregadores de alimentos, motoristas de aplicativos, funcionários da Águas Guariroba, do transporte coletivo e das farmácias. "Estão arriscando a vida para que a gente possa ficar em casa. Sintam-se abraçados", disse.

Segundo ele, o trabalho dessa pessoas é que tem ajudado para que Campo Grande não registre ainda estatísticas absurdas  "que irmãos nossos estão tendo em outros estados do País".

Marquinhos terminou a entrevista dizendo que espera volta a conversa diária do Facebook com boas novidades amanhã para pessoas que "optaram por viver nas ruas", mas não antecipou que medidas deve tomar.

Também deixou um recado aos comerciantes. "Se não respeitarem o toque de recolher, vou antecipar o fechamento de 22h para 20h".

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