Prefeitura quer por fim a 'vazios' na cidade com novo plano diretor
Maratona de reuniões nos 74 bairros e dois distritos só terminará em 28 de julho. Projeto deve ser encaminhado em novembro para a Câmara
A partir desta segunda-feira (19), começa uma série de 76 reuniões nos bairros de Campo Grande para discutir o plano diretor de Campo Grande, documento que planeja a cidade pelos próximos dez anos. Conforme o prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), a intenção é acabar com os vazios urbanos na cidade.
A maratona de reuniões nos 74 bairros e dois distritos – Anhanduí e Rochedinho - só terminará em 28 de julho. Após as discussões, técnicos da prefeitura, em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), vão formatar o projeto de lei de revisão do plano, que deve ser encaminhado até o mês de novembro para a Câmara Municipal.
Com os encontros, a prefeitura pretende fazer com que a população seja ativa na elaboração do plano diretor, para que depois não tenha reclamações posteriores. “Enquanto não criarmos a mentalidade que a cidade também é deles (população), não vamos mudar nada, muitos julgam sem acompanhar o que é feito”, se queixou Marquinhos, durante entrevista coletiva no Paço Municipal nesta manhã.
O prefeito afirma que não haverá direcionamento na revisão e que tudo será debatido com organizações, instituições, conselhos, Executivo e Legislativo, para elaborar um plano diretor que traga “progresso e desenvolvimento” há Capital.
Além disso, a nova proposta de plano diretor visa eliminar os chamados ‘vazios urbanos’ que existem na cidade. “Vai deixar de existir os vazios que existem dentro de Campo Grande”, anunciou Marquinhos Trad.
Estudo apresentado no ano passado pelo Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS apontou que dos 35 mil hectares que compõem o perímetro urbano da Capital, 35,54%, ou uma área equivalente a 12 mil campos de futebol, corresponde aos vazios urbanos.
Atraso - Em tese, o projeto de lei deveria ter sido aprovado até outubro de 2016, quando venceu o prazo de 10 anos previstos para revisão. Contudo, a minuta foi suspensa na Justiça após reclamações de que a proposta previa criação de taxa, ampliação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) Progressivo e a prefeitura “dona” de todos os terrenos da cidade.
Colaborador ativo das discussões, o arquiteto Ângelo Arruda afirma que a atual revisão do plano diretor prevê melhorias para os próximos 80 anos. “Estamos revisando o plano suspenso pela Justiça, e aquilo que for bom vai ficar e tirar o que for inviável”, explicou.