Presidente da Santa Casa da Capital tenta explicar acusações de má gestão
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Esacheu Cipriano Nascimento, foi na manhã desta terça-feira (4) à Câmara Municipal tentar justificar aos vereadores na tribuna da Casa o pedido da entidade por aumento do repasse municipal de subsídio e negar que haja crise de gerenciamento.
Para Nascimento, não há má gestão da Santa Casa, mas sim defasagem nos valores repassados pela Prefeitura. “Temos os leitos mais baratos da Região Centro-Oeste. A Santa Casa tem 666 leitos e gastamos R$ 31 mil mensais com cada um deles”, disse, comparando com o Hospital Regional da Capital. “Lá são 300 leitos com R$ 80 mil mensal de custo cada um.”
O detalhamento das contas da Santa Casa e as explicações sobre o motivo do pedido de reajuste dos valores repassados pelo poder municipal havia sido protocolado pelos vereadores no final da última semana. O objetivo era entender a discussão entre Prefeitura e os representantes do hospital, além da crise pela qual passam as discussões para renovação do acordo de repasse de verbas.
O prazo de 90 dias para a Prefeitura de Campo Grande firmar um contrato anual de repasses de verbas para a Santa Casa, estipulado no fim do ano passado, venceu na última sexta-feira e até agora não houve acordo para a renovação.
Durante a apresentação, Nascimento explicou que os R$ 242 milhões recebidos em 2016 representam um total de 22% do orçamento da Secretaria Municipal da Saúde, de cerca de R$ 1,1 bilhão. “O hospital realiza 62% dos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) na Capital”, justificou. “E esse valor não sofre reajustes desde 2012.”
Aos vereadores, o presidente da Santa Casa explicou que a entidade pleiteia um aumento para 24% no repasse, o que daria um acréscimo entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões na verba. Segundo ele, a dívida total do hospital ficou em R$ 123,16 milhões no ano passado.
“A Santa Casa não tem má gestão, quem tem é a Prefeitura que não dá conta de resolver os problemas das UPAs (unidades de pronto-atendimento) e dos postos de saúde", atacou Nascimento, que aos vereadores defendeu a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde para apurar o que é feito com o restante do orçamento da Pasta pela Prefeitura.