Preso no Alphaville diz que comprou arma após tentativa de homicídio
Emerson Correa Monteiro foi alvo de ação do Gaeco contra quadrilha que usava policiais para o frete de cocaína
Alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão durante a segunda fase da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Emerson Correa Monteiro, 38 anos, o "Pit", acabou autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo, isso porque na casa onde ele mora, no condomínio Alphaville 4, em Campo Grande, foram encontradas uma pistola calibre 9 milímetros e um revólver 38, na manhã de quarta-feira (15).
RESUMO
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Emerson Correa Monteiro, alvo de mandados de busca e prisão na Operação Snow, foi autuado em flagrante por posse irregular de armas e drogas após uma abordagem policial em sua residência, onde foram encontradas uma pistola e um revólver, além de ecstasy e MDMA. Durante a prisão, ele tentou resistir e alegou que as armas foram adquiridas após uma tentativa de homicídio, mas não possuía documentação. Emerson já é réu por um homicídio qualificado ocorrido em 2016 e, segundo investigações, sua quadrilha utilizava advogados para obter informações sobre ações policiais, além de recorrer à violência para resolver conflitos internos, como sequestros e execuções.
O homem foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, após tentar resistir à prisão e em depoimento alegou que comprou o armamento há cerca de 10 anos depois de sofrer uma tentativa de homicídio. Na versão, dada por Emerson, ele estava dormindo quando a equipe da Rocam (Rondas Ostensivas de Apoio de Motos) da Polícia Militar chegou em sua casa por volta das 6h.
No relato, ele conta que acabou ficando nervoso e se exaltou, por isso, houve uma resistência. Porém, quando soube que eram as ordens judiciais se acalmou e ficou sentado na sala enquanto os policiais cumpriam o mandado de busca na residência, mas de imediato afirmou que tinha armas no local.
Ainda na versão de Emerson, a arma e as munições foram compradas por ele há mais de dez anos e não se lembra o quanto pagou por elas. À delegada Mariana Leite Thomaz da Costa, o acusado contou que adquiriu o armamento após ter sofrido uma tentativa de homicídio, mas não tem a documentação de nenhuma das duas. Já sobre a droga, alegou que eram para uso pessoal e recreativo.
Prisão – De acordo com o boletim de ocorrência, Emerson tentou resistir à prisão e acabou tendo os braços, cotovelos e joelhos lesionados. Ele foi imobilizado pela equipe da Rocam e duas testemunhas acompanharam as buscas na casa onde foram encontradas as duas armas, três comprimidos de ecstasy e 3,20 gramas de MDMA, anfetamina que causa efeitos estimulantes e alucinógenos.
Durante a prisão, ele relatou aos policiais que havia feito procedimento cirúrgico na região do abdômen há 30 dias e, por isso, usava cinta pós-cirúrgica. Ele foi encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde foi autuado em flagrante por desobediência, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e porta drogas para consumo pessoal.
Já é réu – Conforme apurou o Campo Grande News, Emerson já é réu pelo assassinato de Wellyngton Luiz de Jesus Reynaldo Felipe. Ele foi denunciado MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 2020 pela execução do homem conhecido como "Rico". O crime aconteceu em 2016 durante festa de Carnaval na Chácara da República, localizada no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande.
A vítima foi atingida por diversos disparos de arma de fogo por uma rixa. Segundo o MP, "Rico" se recusava a trabalhar com eles - Emerson e outro denunciado - na venda de drogas na região. Em novembro de 2023, o homem virou réu pelo homicídio qualificado, mas ainda não houve julgamento.
Snow 2 - Conforme investigação, o líder da quadrilha utilizava advogados para aliciar servidores públicos, inclusive um policial civil, que passava informações sobre eventuais ações das forças de segurança contra o grupo.
Dessa forma, os investigados tinham acesso às informações privilegiadas e conseguiam monitorar as cargas de drogas, além de instruírem conselheiros quanto aos assuntos sensíveis e pertinentes à organização.
Em algumas ocasiões, o grupo agia de forma violenta para resolver pendências que envolvessem os próprios integrantes, principalmente quando se tratava de perdas de cargas de drogas. Nessas situações, o “problema” era resolvido através de sequestros e execuções daqueles que cometiam o erro.
Para conseguir transportar a cocaína, eram utilizadas empresas de transporte, sendo algumas delas terceirizadas dos Correios. No decorrer da investigação, foram apreendidas mais de duas toneladas do entorpecente.
Além de Emerson, Michael Guimarães Bairros, 35 anos, foi alvo de mandados e também autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, já que na casa dele localizada na Rua Cachoeira do Campo, Bairro Portal Caiobá, foi encontrado um revólver calibre 38 com seis munições intactas e mais dez munições calibre 357. Ele foi encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil.
Jessika Farias da Silva, Diego Fernandes Silva, Felipe Henrique Adolfo, Lucas Ribeiro da Silva, Rodrigo de Carvalho Ribas, Vitor Gabriel Falcão Pinto e Wilson Alves Bonfim também foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão.
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