Presos iniciam motim ao recusarem pente-fino em celas da Máxima
Agentes penitenciários que tinham recém concluído um treinamento no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande contiveram um princípio de motim, às 17h20 horas, desta quarta-feira (13). Segundo a Agepen (Agencia Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), presos de duas celas do Pavilhão 2, entre eles membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) não aceitaram passar por uma operação pente-fino e iniciaram a confusão. Ninguém ficou ferido na ação, segundo a agência.
Os presos das celas 6 e 7 foram contidos com gás de pimenta e bombas de efeito moral. Assim que os ânimos se acalmaram, os detentos foram separados em celas especiais e levados para a delegacia, onde segundo o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa, serão indiciados por crime de motim.
Na frente do presídio, 10 esposas de presidiários reclamavam que os detentos não poderiam ser utilizados em treinamentos, e que os companheiros estavam sufocados pelo gás de pimenta e lacrimogênio e assustados com o barulho das bombas de efeito moral. Elas ainda reclamaram da truculência da equipe que estava na ação, afirmando que eles chegaram atirando bombas e usando spray de pimenta. Segundo a Agepen, no momento da confusão, os agentes não estavam em treinamento, e sim em uma ação efetiva.
O advogado do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, Ilmar Renato Fonseca, foi chamado ao local pelas mulheres para acompanhar o caso. Em conversa com o presidente da Agepen, Fonseca destacou que é preciso que agentes externos (no caso a comissão de direitos humanos) acompanhem esse tipo de treinamento para que diminua as chances de algo dar errado).
O treinamento, segundo Stropa, foi finalizado na manhã de hoje e mobilizou 12 instrutores do DPOE (Diretoria Penitenciária de Operações Especiais) vindos de Brasília, e 79 agentes penitenciários da Agepen.
Stropa explicou que essa foi a primeira ação feita em pavilhão que contém membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), somente com agentes penitenciários e sem a presença do Batalhão do Choque da Polícia Militar.